terça-feira, 30 de junho de 2009

O avô Augusto

Numa aldeia ribatejana, havia uma casa, situada perto da então designada escola primária, era a do avô Augusto, também conhecido pel’ O Pião. O avô Augusto era um homem alto, magro, com umas mãos enormes, muito dedicado ao trabalho e à família.
O avô Augusto era o sapateiro da aldeia, pelo que conhecia todas as pessoas e passava parte do seu tempo à conversa com elas. Pelas manhãs, vagueava pela aldeia para fazer a distribuição dos sapatos em busca do seu ganha-pão. Um dia convidou-me para o acompanhar. Agarrei a enorme mão do avô e parti com ele para mais um dia.
Chegámos perto de uma casa muito velhinha e o avô bateu à porta. Esperámos algum tempo e, de repente, a velha porta abriu-se:
-Bom dia Senhora Emília! Como tem passado? -disse o avô.
-Bom dia Senhor Augusto! O que o traz por cá hoje!
-Os sapatos, venho-lhe trazer os seus sapatos.
-Ah! Senhor Augusto a vida está tão má, eu não lhe posso pagar. Espero que compreenda, o meu marido está doente e…
Do interior da casa, ouviam-se gritos:
- Emília quem está aí? Oh mulher! quem é?
A Senhora Emília envergonhada respondeu:
-É o Senhor Augusto e a sua netinha.
-Quem?
-O Pião.
-Não… Nós não temos dinheiro. Guarda os tostões para o pão!
O avô Augusto percebeu que não havia dinheiro para pagar o conserto dos sapatos. Ficou sério, olhou para a senhora Emília e disse:
-Não se incomode, fique com os sapatos e pagará quando puder.
O Avô agarrou a minha mão e seguimos rumo a casa. Já estávamos longe, no entanto ainda se ouvia a senhora Emília a gritar “Bem-haja, Bem-haja Senhor Augusto”. Como não tinha percebido as palavras da senhora Emília, perguntei ao avô:
- O quer dizer Bem-haja?
- Obrigado. Explicou o avô.
- Avô…
- Diz Ana, o que é?
- Como é que vai comprar o nosso pão?
- Ana, ouve bem as palavras deste homem velho e cansado. Se ajudares os outros, serás sempre recompensada.
Após um momento de silêncio, o avô abraçou-me e retrucou:
- Não te preocupes, cá nos havemos de arranjar.
O avô Augusto era assim, sempre compreensível e amigo daqueles a quem a vida pouco deu.
Fiquei comovida, com uma lágrima no canto do olho, e disse:
-Avô, tu és amigo das pessoas…Gosto tanto de ti.
O avô apertou fortemente a minha mão e continuámos a árdua tarefa de entregar o calçado às pessoas de aldeia.
O dia chegava ao fim e eu já apresentava alguns sinais de cansaço. A noite estava a ficar escura e amedrontadora. Segurava-me cada vez mais àquela mão forte para me proteger dos meus fantasmas de criança…
Quando, de repente, balbuciei timidamente:
-Avô está…a… a escurecer.
-Não tenhas medo, Ana. À noite as estrelas brilham e indicam-nos o caminho a seguir. A estrelinha cintilante é o teu Anjo da Guarda.
Olhei para o Céu à procura da Estrela, do meu Anjo da Guarda… Porém, como não a encontrei, perguntei com alguma tristeza:
-Avô! não consigo ver o meu Anjo da Guarda?
-Olha para as estrelas e ouve o teu coração!
Cresci na esperança de encontrar aquela estrela… Esperei muitos anos. Só a encontrei mais tarde, no dia em que tive de explicar aos meus filhos, Rafael e Beatriz, que o avô Augusto vivia agora naquela estrelinha cintilante…
Ainda hoje me lembro das palavras do avô, apesar de não saber ler nem escrever, era um velho sábio porque a vida ensinara-lhe muito. Aquelas rugas personificavam as tristezas e as alegrias de uma longa caminhada.
Também escrevo... espero que gostem...

sexta-feira, 26 de junho de 2009

A nuvem ou o sonho de ser almofada

«O sol brilhava alto no céu quando as primeiras nuvens começaram a aparecer no horizonte. Cinzentas e brancas, rebolavam as nuvens, umas sobre as outras, brincando com o vento, com risinhos e gargalhadas. Oceana olhava para as suas irmãzinhas com carinho e doçura, mas já cansada da brincadeira.
Oceana era uma jovem nuvem, empenhada na escola “Nubelina”. Aprendera empenhadamente o ciclo da água, quais os dias em que deveria de pingar, chover ou fazer trovoada sobre a terra. Como qualquer outro trabalho escolar, Oceana ouvia tudo o que lhe era explicado com extrema paixão porque sabia o quanto a terra e os seus seres vivos dependiam dela, das suas irmãs, dos seus irmãos… e do resto de toda a sua família.
No entanto, Oceana não era totalmente feliz, no fundo do seu coração, a tristeza por vezes vencia; sempre achara que a sua missão não era só aquela, apesar de ser muito importante. Muitas das suas gotinhas caíam sobre a terra para alimentar o chão onde eram depositadas sementes pelos agricultores, para regar a relva e as flores dos jardins, para ajudar o pintassilgo a tomar o seu banho semanal. Muitas vezes, as suas gotinhas molharam homens e mulheres atarefados na sua vida rotineira, ensoparam crianças ao sair da escola ou encharcaram o cãozinho que dormia na soleira da porta da casa amarela.
A noite caía, Oceana continuava, como todas as noites, a vaguear pelo céu com a sua família; nómadas a percorrer o mundo em busca de terras secas para alimentarem. Quando a lua ia alta, descansavam aconchegadinhas umas às outras, muitas vezes sob o olhar dos astros, pedindo desejos às estrelas cadentes.
“Eu queria tanto ser uma almofada.” Desejava Oceana secretamente, na esperança de sentir a cabeça de uma criança no seu regaço.
O sono chegou. Oceana adormeceu, pingando devagarinho sobre as terras de Portugal.
O sol voltou a brilhar no céu. Oceana abriu os olhos, os seus pingos não caíam mais sobre a terra… assustou-se ao ver-se deitada em cima de uma relva verdinha de um lindo jardim florido com rosas vermelhas, jasmins brancos e tulipas amarelas. O latido de um cão, que mais se parecia com uma ovelhinha malhada, fê-la tremer de medo. Oceana olhou para o céu, não viu nenhuma das suas irmãs, nenhum dos seus irmãos ou parentes, tinham seguido caminho… sem ela. Oceana caíra na terra!
Aterrorizada e sem perceber o que pudera ter acontecido, Oceana ouviu passos… Uma linda criança morena, com caracóis rebeldes aproximava-se dela. Nunca tinha visto uma criança de tão perto, apesar de muitas vezes as ter visto a brincar e a saltar, diversas vezes sonhara com elas e como poderiam brincar todos juntos. A criança aproximou-se e abraçou a nuvem que tremia de medo.
- Pára de latir, Branquinha, é só uma almofada branca… que cheira a chuva e a terra molhada.
Serena agarrou em Oceana com extremo carinho e levou-a para dentro de casa. A Branquinha parou de ladrar e o coração de Oceana sentiu-se reconfortado, começando a bater mais devagar. O medo estava a desaparecer.
Ao entrar à porta do orfanato “Sorriso da Estrela Cadente”, Serena mostrou a sua nova aquisição às crianças pequenas, grandes, morenas, loiras… felizes por viveram num espaço tão acolhedor como aquele que as recolhia. Serena aconchegava a sua nova descoberta junto ao peito; a nuvem branca sentia-se valorizada e preciosa naqueles braços tão pequeninos.
- Vou ficar com esta nova almofada. A minha, que já foi da Maria e antes fora da Carolina, está cansada dos meus sonhos e dos meus pesadelos.
Subiu apressadamente as escadas, até ao segundo andar, entrou na bela camarata que partilhava com outras crianças pousou a linda almofada branca que cheirava a chuva em cima da sua cama. Pegou na sua antiga almofada e depositou-a ncesto da cadelinha, que logo se deitou e começou a dormir.
O cheiro a chuva pairava na camarata. Serena sorria de felicidade… foi então que Oceana percebeu: o seu desejo tinha-se cumprido; a nuvem branca era agora uma bela e fofinha almofada que caíra na relva daquele orfanato para ajudar Serena.
-Tenho uma nova almofada! - Murmurava Serena.
Todas as crianças estavam felizes e sorriram com a Serena.
Oceana sentiu uma gotinha a cair na cama.
“Nunca mais vais ter pesadelos, prometo-te Serena!”»

E porque eu também gosto de escrever... da minha autoria... espero que gostem!

terça-feira, 23 de junho de 2009

Novas Ofertas



As mães são realmente fantásticas... não acham? Pois a minha, é mesmo fantástica... mesmo em trabalho fora do país, lembra-se da minha grande paixão pela leitura...
Aqui estão os meus novos livros para ler, a aguardar na prateleira a oportunidade do momento adequado.
Apesar de muitas vezes me mandar parar de ler (tem a sua graça, porque as mães normalmente mandam os filhos lerem, não é!!!)... não hesita em participar mais uma vez no enriquecimento da minha biblioteca. Obrigado :O)

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Poesia

"Sorri quando a dor te torturar
E a saudade atormentar
Os teus dias tristonhos vazios
Sorri quando tudo terminar
Quando nada mais restar
Do teu sonho encantador
Sorri quando o sol perder a luz
E sentires uma cruz
Nos teus ombros cansados doridos
Sorri vai mentindo a sua dor
E ao notar que tu sorris
Todo mundo irá supor
Que és feliz"
Charles Chaplin

Via Ana Martins.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

O Rato de Alexandria - O livro que falava com o vento e outros contos

Enquanto fazia o percurso das bibliotecas ao longo dos tempos, veio-me à memória “O Rato de Alexandria”, um dos contos de O livro que falava com o vento e outros contos,de José Jorge Letria. Esta história trata de um rato que morava num sítio especial: a Biblioteca de Alexandria, onde havia milhares de pergaminhos e papiros, contendo todos os conhecimentos que os homens tinham até então conseguido acumular e passar para a escrita. Sentiu curiosidade por desvendar os segredos guardados naqueles documentos e transformou-se no primeiro rato a saber ler, descobrindo imediatamente o prazer da leitura. Assistia às animadas discussões que ocupavam durante vários dias os cientistas e os filósofos de Alexandria. “Conhecia todos os grandes sábios do seu tempo e, à medida que os ia conhecendo, ganhava admiração por eles e ficava com pouca paciência para ouvir as deslavadas conversas dos ratos seus irmãos.”
De leitura em leitura, foi ficando cada vez mais sábio e, ao mesmo tempo, envelhecendo.

Alexandria também envelhecia. Um dia, um grande fogo começou a alastrar dentro da biblioteca e o rato, antes da fuga, conseguiu juntar alguns pergaminhos e levou-os para longe do incêndio. Nos anos seguintes, num templo dos arredores da cidade, o rato de Alexandria não esqueceu nada do que tinha aprendido e conseguiu transmitir os seus conhecimentos aos ratos mais novos.

Um dia o rato morreu… Contudo, “muitos anos depois, todos os ratos dessa terra sabiam ler e veneravam uma estrela estranha e longínqua chamada Alexandria.

Do mesmo livro, também vou destacar o conto “O Sábio, o Califa e o Saber”, onde um califa ordena ao homem mais sábio da corte que organize e resuma todas as formas de saber que, durante séculos, foram armazenadas pelos sábios, pelos cientistas e pelos poetas do seu reino. Tinham sido feitas grandes descobertas, mas o califa temia que se perdessem, pois andavam só de boca em boca…

Esta passagem ilustra o reconhecimento da importância da palavra escrita. De facto, já na Antiguidade, os governantes se preocupavam em mandar escrever os documentos mais relevantes. Um bom exemplo disso é o Código de Hamurabi, um dos mais antigos conjuntos de leis escritas, elaborado por volta de 1700 a.C.

A história de José Jorge Letria continua, mas deixo-vos o grato prazer de a descobrirem, bem como aos outros contos que fazem parte deste livro fantástico.

Lídia Valadares

quarta-feira, 17 de junho de 2009

A Biblioteca ao longo dos tempos

A palavra “Biblioteca” vem do grego, bibliothéKe (biblio - livros + théKe - armazém), significando armazém de livros. A origem das bibliotecas remonta a tempos longínquos, sendo a sua existência milenar, contudo a sua função e utilização tem sido muito diversa através das épocas.
Há cinco mil anos, os Sumérios já dispunham de bibliotecas, onde existiam obras escritas em placas de barro, cuidadosamente catalogadas. Na Antiguidade, várias bibliotecas deixaram uma marca indelével na História, pela sua grandiosidade e valor do acervo, salientando-se as de Alexandria, de Pérgamo, de Atenas, de Constantinopla, entre outras. Na Idade Média, as bibliotecas estavam confinadas aos conventos e deve-se aos monges a preservação de grandes obras, muitas das quais copiaram. No entanto, também mantinham em segredo ou destruíam obras que não eram aceites pela Igreja Cristã. (Recorde-se, a este propósito, “O Nome da Rosa”, de Umberto Eco, que ilustra esta situação.) Nessa época, os livros estavam presos às estantes, para evitar o seu furto e a utilização das bibliotecas era muito restrita, pois a sua localização tornava-as pouco acessíveis e a maioria da população era analfabeta.
Vários foram os materiais usados para a escrita, pela humanidade, durante séculos: cascas de árvore, placas de barro, papiro, pergaminho, cânhamo, trapos velhos… Mas só a partir da fabricação do papel, no século XII, e da invenção da imprensa por Gutenberg, no século XV, se verificou uma crescente difusão do livro e surgiu uma nova época para a difusão da cultura.
No decorrer dos séculos XVI e XVII, a arte de ilustrar livros foi alvo de consideráveis progressos e os governantes empenharam-se em tornar as bibliotecas acessíveis ao público. O século XVIII caracterizou-se pelo gosto dos conhecimentos e estes locais registaram um número crescente de leitores. Em Portugal, são dignas de destaque as Bibliotecas de Coimbra e de Mafra, no reinado de D. João V. Nos séculos XIX e XX, verificou-se um incremento da produção literária e todos os países civilizados desenvolveram imenso a criação e a organização de bibliotecas, destacando-se a preocupação de não as limitar apenas aos grandes centros, mas de as levar, também, aos sítios rurais. Surgiram, assim, as primeiras bibliotecas itinerantes, criadas pela Fundação Calouste GulbenKian, que descentralizaram o conhecimento, tornando o acesso aos livros possível nos locais mais recônditos.
Em pleno século XXI, assistimos a uma nova metamorfose da biblioteca, que se nos apresenta numa forma híbrida, isto é, com espaços, serviços e colecções simultaneamente físicos e virtuais, em que as novas tecnologias da informação e da comunicação, em parceria com o material livro/documentos escritos, procuram dar resposta às solicitações e expectativas diversificadas dos nossos dias.
A expansão das bibliotecas tem acompanhado o desenvolvimento da civilização e estas instituições afirmam-se como um agente imprescindível na execução da política educacional de um país.
Na sociedade actual, caracterizada por rápidas mutações e pela constante desactualização dos conhecimentos, a escola tem de desenvolver nos jovens novas competências que lhes permitam fazer face a estes desafios. Emerge, deste modo, a necessidade de modificar os paradigmas do ensino e de atribuir um maior reconhecimento ao papel das bibliotecas escolares, enquanto centros de recursos e espaços inovadores de aprendizagem e de desenvolvimento da autonomia no interior dos estabelecimentos de ensino. A criação de uma Rede de Bibliotecas Escolares constituiu uma das medidas da política educacional nacional destinada a optimizar as mais-valias das B. E., consideradas pedras basilares na construção de uma escola mais adaptada às exigências da sociedade em que vivemos e “retaguardas que contrariam os factores de exclusão” (Calçada, Teresa, in Jornal Público, 05/12/2004).
Podemos facilmente constatar que o conceito de bibliotecas se foi alterando ao longo dos tempos. Deixaram de ser “depósitos de livros” religiosamente guardados e rigidamente protegidos, para se tornarem um espaço plural, aberto ao maior número de pessoas. E um bom exemplo dessa transformação radical (eu diria, mesmo, revolução da divulgação cultural) é a Biblioteca Digital Mundial, que se encontra disponível on line, a partir do dia 21 de Abril de 2009, colocando à disposição de qualquer pessoa alguns tesouros da Humanidade.
E, citando Umberto Eco, “se a biblioteca é, como pretende Borges,, um modelo do Universo, tentemos transformá-la num Universo à medida do homem” (Eco, Umberto, 1991, A Biblioteca, p. 44).

“O ensino das escolas tem de ser completado pelo ensino das bibliotecas. Escutar um mestre, mesmo excelente, não basta para formar um espírito. O papel do mestre é fornecer o recipiente que o aluno encherá com a leitura, a reflexão, a meditação.”

André Maurois, “Le Courrier de L’Unesco”
Lídia Valadares

terça-feira, 16 de junho de 2009

Ler Não Custa. O que custa é começar a Ler…

Deixem-me dar-vos o meu testemunho sobre leituras que eu fazia durante a minha fase de adolescente. Ah, pois! Nessa altura, lia-se muito, não só em casa, como no Jardim do Campo, em frente à Câmara Municipal de Lamego (principalmente na Primavera e Verão), na Alameda (agora Parque Isidoro Guedes) e na biblioteca do liceu Latino Coelho.

E o que é que lia? Exactamente aquilo que os outros adolescentes liam: livros de aventuras, em banda desenhada, revistas e, sobretudo, livros dos nossos escritores (literatura). Nessa altura, a revista que eu mais gostava de ler era A Fagulha, porque o liceu a proporcionava na biblioteca. Lia as fotonovelas do Corin Tellado e Capricho (romances em B.D., do género das telenovelas, mas em suporte papel); bandas desenhadas do Popeye, Lucky Luke e o Príncipe Valente (em francês Prince Valiant). Não me posso esquecer da Crónica Feminina, que algumas colegas compravam ou até mesmo a minha mãe. Existia uma revista francesa que todos adorávamos ler por causa de cantores, actores e artes do espectáculo “Salut les copains”. Era o “máximo”, devido às novidades, mas, essencialmente por causa das canções francesas. Aprendi muito com todas estas publicações.

No entanto, a literatura era um fascínio. Li as obras de Júlio Dinis (As Pupilas do Senhor Reitor, A Morgadinha dos Canaviais…); de Victor Hugo, Os Miseráveis; O Conde de Monte Cristo, de Alexandre Dumas e quase todas as obras de Júlio Verne (Miguel Strogoff, A Ilha Misteriosa…). Claro que tudo isto era lido porque os nossos professores nos aguçavam a curiosidade e o gosto por conhecer os heróis, os enredos e a leitura doce do discurso dos nossos escritores. Ma havia uma obra proibida, de Eça de Queiroz: O Crime do Padre Amaro. E como o fruto proibido é o mais apetecido, eu fiz como os outros: às escondidas, também o li. Não achei nada de especial!
Naquela época não lia jornais, mas nem dava conta da sua falta. As outras leituras preenchiam o meu imaginário. Primeiro fui legente (lia para mim, apenas); agora, sou leitora. Sigam o meu exemplo. Tudo vai do começar…

E como as férias estão aí, decidi sugerir-vos algumas obras que fazem parte do Plano Nacional de Leitura para os 5º, 6º, 7º, 8º e 9º anos. Espero que não se esqueçam de ler e recomendar a leitura àqueles que acham que não presta para nada. É só começar!

5º ano
Pedro e o Papa – Maria Teresa Maia Gonzalez – Verbo
O Clube das Chaves Agarra o Fantasma – Maria Teresa Maia Gonzalez – Verbo
O Enigma da Atlântida – Edgar P. Jacobs – Merbérica-Liber
Hipopótimos- uma História de Amor – Álvaro Magalhães – ASA
De que Cor é o desejo? – João Pedro Mésseder – Caminho
O Agosto que Nunca Esqueci – António Mota – Gailivro
O Olho do Lobo – Daniel Pennac et al. – Terramar
O Dragão – Luísa Ducla Soares – Civilização
A Ilha do Tesouro – Robert Louis Stevenson – Porto Editora
O Príncipe e o Pobre – Mark Twain – Nova Vega
A Jangada – Júlio Verne – Verbo
Flor de Mel – Alice Vieira – Caminho
Uma Jogada com Cabeça – Nuno Magalhães Guedes

6º ano
Estrela à Chuva – Maria Teresa Maia Gonzalez – Difel
Noites no Sótão – Maria Teresa Maia Gonzalez – Difel
A Família que não Cabia Dentro de Casa – Alexandre Honrado – Âmbar
Os Miseráveis – Victor Hugo – Porto Editora
O Olhar do Dragão – Álvaro Magalhães – ASA
As botas do Sargento – Vasco Graça Moura – Quetzal
Nem Pato Nem Cisne – Ana Saldanha – Caminho
Crime no Expresso do Tempo – Luísa Ducla Soares – Nova Veja
Aventuras de Huckleberry Finn – Mark Twain – Nova Vega
Tom Sawyer – Mark Twain – Nova Vega
Vinte Mil Léguas Submarinas – Júlio Verne – Livros do Brasil
Há Monstros Debaixo da Cama? – Bill Waterson – Gradiva
A Incrível Viagem ao Princípio do Tempo – Nicholas Harris et al. - Verbo

7º ano
Os Sonhos de Einstein – Alan Lightman – ASA
OMundo Em que Vivi – Ilse Losa – Afrontamento
História Breve da Lua – António Gedeão – Livraria Sá da Costa
Lobos do Mar – Rudyard Kipling – Nova Vega
Momentos de Aqui: contos – Ondjaki – Caminho
Romeu e Julieta – William Shakespeare – Oficina do Livro
Os Meus Amores – Trindade Coelho – Europa-América

8º ano
Águas de Verão – Alice Vieira – Caminho
Sonho de Uma Noite de Verão – Hélia Correia – Relógio de Água
As Minas de Salomão – Rider Haggard/versão de Eça de Queiroz – Verbo
O Malhadinhas – Aquilino Ribeiro – Bertrand
História Trágico-Marítima – António Sérgio – Livraria Sá da Costa
Romance de Amadis – Afonso Lopes Vieira – Porto Editora

9º ano
Peregrinação de Fernão Mendes Pinto (Aventura) – Aquilino Ribeiro – Livraria Sá da Costa
Novos Contos da Montanha – Miguel Torga – Dom Quixote
Livro do Português Errante – Manuel Alegre – Dom Quixote
Contos – Vergílio Ferreira – Bertrand
Crónica de Uma Morte Anunciada – Gabriel Garcia Marquez – Dom Quixote
O Velho que Lia Romances de Amor – Luís Sepúlveda – ASA
Estórias Abensonhadas – Mia Couto – Caminho
O Mandarim – Eça de Queiroz – Livros do Brasil
O Triunfo dos Porcos – George Orwell – Europa-América

Divirtam-se, leiam e desafiem os outros a ler!

Isilda Lourenço Afonso

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Beijinhos Beijinhos

Recebi mais um presente, e tenho de partilhar com todos... porque é uma doçura, um algodão doce de carinho e amizade.
A Susana deixou-me este presentão, Beijinhos Beijinhos de Selma Mandine; é verdade é um livro para crianças, e depois... é lindo, fantástico, explica ao pormenor o que são os beijinhos das pessoas que nos rodeiam e que nós amamos.
As ilustrações são divinais, muito fofinhas; o texto é fenomenal dedicado às crianças do mundo inteiro mas neste caso, à criança que existe dentro de todos nós.
OBRIGADO e BEIJINHOS para a Susana.


«-Como é um beijinho? (...)

-Hmmmm... é doce, suave, fresquinho...

É delicioso!

Podes dar-me mais? Muitos mais?

- Claro, porque gosto muito de ti...»

Os meus amigos

Os meus amigos

Escolho os meus amigos não pela pele ou por outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero o meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e aguentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Quero-os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho os meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta.
Não quero só o ombro ou o colo, quero também a sua maior alegria.
Amigo que não ri connosco não sabe sofrer connosco.
Os meus amigos são todos assim: metade disparate, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade a sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos, nem chatos
Quero-os metade infância e outra metade velhice.
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois vendo-os loucos e santos, tolos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a normalidade é uma ilusão imbecil e estéril.

Oscar Wilde
Via João Rodrigues, a quem agradeço a sincera amizade.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Recordar o nosso poeta Luís de Camões no dia de Portugal

Amor é fogo que arde sem se ver
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

in Sonetos de Luís de Camões

terça-feira, 9 de junho de 2009

Fica comigo esta noite

Sinopse: "Fica comigo esta noite pede um pai ao filho que lhe escapa por entre os dedos, numa entre doze histórias de pessoas normais subitamente surpreendidas pela constelação de desencontros a que chamamos vida. Histórias de mulheres e homens perdidos na infinita noite do desejo, histórias de europeus sem Europa, histórias de traições e cumplicidades sem fronteiras.

Um Amigo, que partilha também o amor pela leitura e pelo ensino, aconselhou-me a leitura deste livro de Inês Pedrosa...
A verdade é que nunca tinha lido nenhum livro desta autora e fiquei surpreendida pela dimensão psicológica que cada conto insere.
O livro divide-se em doze pequenas histórias de vida... Cada conto: uma vida que podia ser a minha, a sua, a nossa! As palavras fluem livremente em dramas psicológicos e físicos, a escrita envolvente desta escritora acaba por ser muitas vezes dolorosa. Sim, porque o leitor vê-se, observa-se, analisa-se em cada personagem, em cada história de Vida.

Uma Vida que podia ser a SUA.
Só tenho realmente pena que a capa não seja muito atraente... Os meus olhos também gostam e são os primeiros a ler.

sábado, 6 de junho de 2009

Recebi... livros

Estes foram os livros que tão carinhosamente me ofereceram...
Beijos e Obrigado A Arte, Mestra da Vida de Maria do Carmo Vieira
Dá-nos a Paz de Pedro Strecht
Boca do Inferno de Ricardo Araújo Pereira

quinta-feira, 4 de junho de 2009

UM DIA MUITO ESPECIAL

Viva, Cristina!

Não me esqueci de quem me tem ensinado muitos aspectos da vida escolar e, sobretudo, de quem é amigo e profissional.



MUITOS PARABÉNS E AS MAIORES FELICIDADES DO MUNDO.

Tenha um dia cheio de alegria e muito carinho.

Muitos beijinhos e comemore-o com todo o entusiasmo junto dos que lhe são mais queridos.

Isilda e Manuel Afonso

O Diário de Anne Frank

Sinopse: " Todos conhecem a história profundamente dramática da jovem Anne Frank. Publicado pela primeira vez em 1947, por iniciativa de seu pai, o Diário veio revelar ao mundo o que fora, durante dois longos anos, o dia-a-dia de uma adolescente condenada a uma voluntária auto-reclusão, para tentar escapar à sorte dos judeus que os alemães haviam começado a deportar para supostos «campos de trabalho». Tentativa sem final feliz. Em Agosto de 1944, todos aqueles que estavam escondidos no pequeno anexo secreto onde a jovem habitava foram presos. Após uma breve passagem por Westerbork e Auschwitz, Anne Frank acaba então por ir parar a Bergen-Belsen, onde vem a morrer em Março de 1945, a escassos dois meses do final da guerra na Europa. Traduzido em 67 línguas, este documento excepcional, de que a Livros do Brasil se orgulha de lançar agora a edição definitiva, vendeu já mais de 31 milhões de exemplares e é, seguramente, um dos livros mais lidos, discutidos e amados de toda a história do mundo. Importa enfim acrescentar que esta edição definitiva contém toda uma série de passos que haviam sido omitidos por decisão do pai, que não tinha querido que alguns comentários de Anne Frank relativos à mãe fossem divulgados. O resultado final é um retrato extraordinário de uma adolescente em busca da sua identidade, durante um dos mais trágicos períodos jamais vividos pela humanidade."
Já há muito que li este livro...mas com a leitura do O Rapaz do Pijama às Riscas tive que voltar à sua leitura.
Foi um livro que me marcou imenso quando eu tinha 14 anos (altura em que o li pela primeira vez), ainda por cima a viver num país que sofrera muito com a Segunda Guerra Mundial. Muito se fala sobre o holocausto, sobre o poder e impotência do ser humano... a verdade é que na minha juventude, muitas obras obrigatórias se referiam a este tema: J'avais deux camarades, Mon ami Frederick, Les lettres de mon Moulin, L'adieu à la Femme Sauvage, entre outros...
Ao reler o Diário de Anne Frank, recordei a minha juventude, relembrei de amigos de escola e a importância que os livros podem ter nas nossas vidas.
Lembro-me também de ver uma adaptação cinematográfica, a preto e branco, que me levou a chorar desesperadamente...
Bem o que quero dizer com este post, é que ler e reler o mesmo livro pode ser muito positivo; somos levados para tempos já vividos e recordações fabulosas de outros tempos.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Ler e cruzar leituras é divertido!

São dois os livros que vos apresento, mas mais destinados aos nossos petizes! No entanto, os mais crescidos poderão lê-los, porque são histórias actualíssimas: uma que nos leva ao mundo da literacia (o que é preciso é começar a ler) e a outra, um pouco relacionada (à primeira vista não parece) com a primeira, pois sem informação, formação e reflexão que existem nos livros, o mundo irá perder-se, esgotar-se e não poderemos sobreviver no nosso planeta.

“A Menina que Detestava Livros”, era alguém que vivia numa casa riquíssima e bem recheada de livros, o que não era motivação para a leitura (nem sempre a abundância faz o leitor).
Em casa de Mina existiam pilhas e pilhas dos nossos maiores amigos. Tal como a menina, também o seu gato Max parecia detestar esses objectos que lhes ocupavam o espaço, a si e à sua dona.
Certo dia, Max subiu para um armário completamente atulhado de livros e Mina, na tentativa de o ajudar, trepou e, escorregando, caiu no meio de uma confusão de livros, livros e livros.
O espanto da menina foi imenso porque de dentro desses livros começaram a sair todas as personagens que compunham as histórias. Como não conhecia o conteúdo dos livros, Mina não era capaz de fazer com que ocupassem os seus lugares dentro dos livros.
Tendo como solução a leitura de cada livro, foi lendo e, em simultâneo, as personagens, voltaram aos seus lugares e tudo ficou arrumado como dantes.
Quando os pais voltaram, ficaram espantados, pois encontraram uma menina leitora.

E a outra história? Valéria é alguém (outra menina) que regressa ao seu vale, que era verde e, de repente, todos os seres aparecem a lamentar-se da sua triste e sufocante vida, devido aos maus tratos que os homens têm feito à água, ao ar, ao solo… Valéria decide que há que tomar medidas: escrever para todas as crianças de todos os países no sentido de estas se recusarem a tomarem determinadas atitudes e até ensinarem os seus pais a não cometerem erros que prejudiquem o mundo, ou seja, o planeta, onde eles querem viver no futuro.
Foi uma caminhada longa, mas que resultou. Quem dera que na realidade assim tudo se passasse! Contudo, não podemos cruzar os braços. Sem tomar atitudes drásticas, nada se consegue. “Valéria e a Vida” está actualíssima e nunca irá deixar de ser uma referência para os nossos filhos e professores. Dá-nos um “clic” para que possamos prevenir malefícios que poderão ser irreversíveis.

Por que motivo se podem relacionar? Enquanto a primeira nos quer incentivar de uma forma engraçada e divertida à leitura, a segunda mostra o poder da escrita, mesmo sendo de crianças. São elas que nos ensinam a ver o que não queremos ver muitas vezes. Foi devido às cartas escritas por todos que os problemas se resolveram (apesar da fantasia, do idealismo, acho que ainda é possível salvar a Terra).

A LEITURA E A ESCRITA SÃO ARMAS PODEROSAS.
Estes dois livros cruzam-se e completam uma díade tão necessária nos nossos dias: o poder das palavras e o que elas podem fazer por um planeta melhor, nem que seja, para já, um sonho.

Isilda Lourenço Afonso

segunda-feira, 1 de junho de 2009

XI Curso Internacional de Verão - Fundação Eça de Queiroz

E porque existem muitos amantes de Eça de Queiroz, não resisti a partilhar com todos, o curso de verão da Fundação Eça de Queiroz.
(eu já estou inscrita:O)

Objectivos:

A obra de Eça de Queirós, apesar da sua matriz realista, confronta-se desde cedo com a questão contemporânea da modernidade. No presente curso procurar-se-á percepcionar alguns dos traços da expressão da modernidade em obras do autor de épocas diversas.

Serão ainda estabelecidas relações entre a sua obra e alguns do nossos modernos designadamente Cesário Verde e Fernando Pessoa, entre outros.
Recomenda-se a leitura prévia dos seguintes textos e a utilização das edições indicadas:
O Primo Basílio, Lisboa, Publicações Dom Quixote, 1990.
Os Maias, Lisboa, Livros do Brasil, s.d.
A Correspondência de Fradique Mendes, Lisboa, Livros do Brasil, s.d.
Contos (em especial “José Matias”), Lisboa, Publicações D. Quixote, 2002.
Fernando Pessoa. Obras em Prosa, org., introd. e notas de Cleonice Berardinelli, Rio de Janeiro, Aguilar Editora, 1974.
Será ainda utilizada em diversos momentos a seguinte recolha de textos de reflexão teórica de Eça de Queirós:
Literatura e Arte, org. de Beatriz Berrini, Lisboa, Relógio d'Água, 2000.
Coordenadores:Prof. Doutora Isabel Pires de Lima (Conselho Cultural da FEQ)
Professores:
ANA NASCIMENTO PIEDADE: Professora Associada da Universidade Aberta de Lisboa. Doutora em Estudos Portugueses –Literatura Portuguesa pela mesma Universidade, com a tese Fradiquismo e Modernidade no último Eça (1888-1900), publicada em 2003. Autora de vários ensaios na área queirosiana e dos livros A Questão Estética em Mário de Sá-Carneiro (1994), Ironia e Socratismo em «A Cidade e as Serras» (“Premio de Ensaio Ernesto Guerra da Cal”, 2002), Diálogos com Eça no Novo Milénio, (Introd. e Org., 2004), Outra Margem. Estudos de Literatura e Cultura Portuguesas (2008).

ISABEL PIRES DE LIMA: Professora Catedrática da Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Doutora em Literatura Portuguesa pela mesma Universidade com a tese As Máscaras do Desengano – Para uma leitura sociológica de “Os Maias” de Eça de Queirós. Autora de numerosos ensaios na área queirosiana, na qual editou os livros Eça e “Os Maias” cem anos depois; Retratos de Eça de Queirós; E. Q. - A Emigração como força civilizadora; E.Q. - O Crime do Padre Amaro, com ilustrações de Paula Rego e Visualidades – a paleta de Eça de Queirós. Publicou ainda Antero de Quental e o destino de uma Geração; Vozes e Olhares no Feminino; C.C.B. – Maria Moisés, com ilustrações de Paula Rego.

ISABEL MARGATO: Professora Associada de Literatura Portuguesa da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro onde coordena a Cátedra Padre António Vieira de Estudos Portugueses, no âmbito da qual editou 4 livros e 11 números da revista Semear. Pesquisadora do Conselho Nacional de Pesquisa do Brasil com orientações de teses em Literatura Portuguesa dos séculos XIX e XX. Especialista, com inúmeros ensaios publicados, na obra de Cardoso Pires. Actualmente desenvolve e coordena um projecto de investigação sob a designação “O neorealismo em questão”. Publicou recentemente o livro Tiranias da Modernidade onde contempla temática queirosiana.

Programa:De 20 a 24 de Julho 09.30h – 11.00h: 1ª sessão de trabalho Intervalo para café 11.30h – 13.00h: 2ª sessão de trabalho Intervalo para almoço 15.00h – 17.00h: 3ª sessão de trabalho Dia 23 de Julho Passeio queirosiano da parte da tarde pela região de Resende
Destinatários:Estudantes universitários; Professores; Público em geral.

Realização:de 2009-07-20 a 2009-07-24