segunda-feira, 2 de março de 2009

Venenos de Deus, Remédios do Diabo

Sinopse: "O jovem médico português Sidónio Rosa, perdido de amores pela mulata moçambicana Deolinda, que conheceu em Lisboa num congresso médico, deslocou-se como cooperante para Moçambique em busca da sua amada. Em Vila Cacimba, onde encontra os pais dela, espera pacientemente que ela regresse do estágio que está a frequentar algures. Mas regressará ela algum dia? Entretanto vão-se-lhe revelando, por entre a névoa que a cobre, os segredos e mistérios, as histórias não contadas de Vila Cacimba – a família dos Sozinhos, Munda e Bartolomeu, o velho marinheiro, o administrador, Suacelência e a sua Esposinha, a Misteriosa mensageira do vestido cinzento espalhando as flores do esquecimento."

Quando comprei este livro foi essencialmente pela sua capa e pelo seu título controverso, não tinha lido nada que me despertasse a atenção para o adquirir.
Comprei-o simplesmente...

De início, achei a história estranha, demorei algumas páginas até entrar dentro do texto... mas a verdade é que em poucas horas li o romance todo.
A partir do meio do livro, os acontecimentos sucedem-se surpreendentemente. Não estavam certamente na minha lista de eventos possíveis ou plausíveis. Agradou-me sobretudo por esse aspecto, a imprevisibilidade que surge nos últimos capítulos. Existem para nós leitores assíduos, histórias que, com mais ou menos rigor conseguimos, sem desvalorizar nenhum livro, antecipar os factos ou as reacções das personagens.

Para quem quer ser surpreendido, leia este livro; não é um dos meus favoritos, não foi paixão, mas dou-lhe crédito por me ter surpreendido com uma história de amor deveras "estranha".
"Uma coisa aprendi na vida. Quem tem medo da infelicidade nunca chega a ser feliz." p.35
"Riem-se. Rir junto é melhor que falar a mesma língua. Ou talvez o riso seja uma língua anterior que fomos perdendo à medida que o mundo foi deixando de ser nosso." p. 113
"Talvez seja a espessura desse céu que faz os cacimbeiros sonharem tanto. Sonhar é um modo de mentir à vida, uma vingança contra um destino que é sempre tardio e pouco." p.155
Nota:8/10

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