A propósito do Dia Mundial da Água, achei que vos devia fazer recordar este poema de Pedro Barroso. É pena não podermos acompanhá-lo com a música, mas as palavras falam por si; é uma balada doce e romântica, inspirada no movimento lento e calmo da água do rio.
Menina, em teu peito sinto o Tejo
e vontades marinheiras de aproar.
Menina, em teus lábios sinto fontes
de água doce que corre sem parar.
Menina, em teus olhos vejo espelhos
e em teus cabelos nuvens de encantar
e em teu corpo inteiro sinto o feno
rijo e tenro que nem sei explicar.
Se houver alguém que não goste
não gaste - deixe ficar
que eu só por mim quero-te tanto
que não vai haver menina p'ra sobrar.
Aprendi nos "esteiros" com Soeiro
aprendi na "Fanga" com Redol.
Tenho um rio grande o mundo inteiro
e sinto o mundo inteiro no teu colo.
Aprendi a amar a madrugada
que desponta em mim quando sorris.
És um rio cheio de água levada
e dás rumo à fragata que escolhi.
Se houver alguém que não goste
não gaste - deixe ficar ...
que eu só por mim quero-te tanto
que não vai haver menina p'ra sobrar.
Pedro Barroso, in álbum "Cantos da Borda d'água"
Via Isilda Lourenço Afonso
5 comentários:
Isilda, adorei o poema, bem como a lembrança pelo facto de hoje ser o Dia Mundial da Água.A poesia consegue sempre unir palavra, sentimentos e importantes causas!
Gosto muito das canções do Pedro Barroso, sobretudo pela riqueza das suas letras. Esta é uma delas. Este autor maneja a língua portuguesa com sensualidade e força. Fantástico!
Com sensibilidade e poesia se recordam as preciosidades da vida: a água é uma delas.
Obrigada pelo poema, também.
Olá, gostaria de saber se vcs recebem os livros ou os compram, se conhecem o skoob?
Bjos
Lindo poema.
Extremo bom gosto!
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