domingo, 2 de maio de 2010

Amor-perfeito

Domingo é Dia da Mãe
E eu quero surpreendê-la
Logo pela manhã, ao vê-la,
E mostrar-lhe o meu amor
Entre gestos e enleios,
Com pureza e sem rodeios.

Já lhe comprei um livrinho
Que ela gostava de ler
E que eu fiquei a saber
Nas conversas de nós duas sobre leituras,
Momentos de cumplicidade e carinho,
De partilhas e tonturas, que loucuras!...

Mas também quero dar-lhe uma flor.

Entro na florista e anuncio com ardor:
- Queria uma flor para a minha mãe!
- Talvez uma rosa vermelha ou amarela...
- Não, não é uma flor para ela,
A rosa tem muitos espinhos
E minha mãe não os quer nos meus caminhos.
- Se calhar, uma açucena doce e perfumada...
- Também não, é bastante insegura e algo desmaiada.
- Bom, e as violetas? São flores selectas!
- Não, essas não! Parecem-me tristes e obsoletas.
Então, a florista diz, com voz agastada:
- Já não sei que flor possa ser adequada!
E eu disparo num lampejo, num segundo:
- Para a minha mãe,
Com todo o amor dentro do seu peito,
Um amor ímpar, assim tão profundo,
Só poderá ser um Amor-perfeito!

Lídia Valadares

1 comentário:

Paco Bailac disse...

saludos y feliz semana

Paco