quarta-feira, 10 de junho de 2009

Recordar o nosso poeta Luís de Camões no dia de Portugal

Amor é fogo que arde sem se ver
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

in Sonetos de Luís de Camões

6 comentários:

isilda disse...

Foi uma óptima ideia da sua parte, Drª Cristina. É sempre agradável recordar os nossos momentos do liceu em que estes poemas nos punham a cabeça em água. Hoje reconheço que são uma obra-prima da nossa literatura.
Os nossos alunos deveriam estudá-los e apreciá-los, se constassem do programa (do Básico). Até em Moçambique alguns dos poemas de Camões são estudados no 9º ano. Não sei por que motivo em Portugal isso não se verifica! Mas as coisas vão mudar no que respeita a literatura.
Está na hora de darmos mais valor ao património literário que possuímos, mesmo no Ensino Básico.
Estes poemas, quando os leio aos alunos do 9º ano, ficam imediatamente curiosos e pedem para que lhes diga onde podem lê-los. Isto é uma questão de gosto, mas quem não tem bom gosto, cá estamos nós e a família para o educar.

Isilda

Paula disse...

Intemporal!!

Carla Martins disse...

Porque recordar o que é bom é sempre importante, né?

Beatriz disse...

Adorei esse poema desde a primeira vez que o li. Estava nessa altura a sentir-lo mais a sério pela 1ª vez. O poema fez ainda mais sentido. É absolutamente verdade tudo o que está escrito. * um beijinho :)

La Sorcière disse...

Essa poesia de Camões é maravilhosa....seu blog é bem legal!
Um abraço!

La Sorcière disse...

Você mudou o template? Ficou ótimo!!
Obrigada pela visita!