
sábado, 31 de janeiro de 2009
A Herança do Vazio

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009
Semear para Colher!

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
Cartas Inéditas de Fradique Mendes - Eça de Queiroz

“E aquella gostosa cozinha de província que encantaria os amigos de Lisboa quando elle os hospedasse, mais o impacientava contra a chuva teimosa que lhe permittia visitar a quinta, fazer logo uma idéa das suas vantagens e dos outros prazeres ruraes que alli o esperavam”.
A visão da cidade é uma visão negativa em que se critica tanto os tons cinzentos associados aos prédios e ruas das cidades de Lisboa parecidas com “pedreiras”, como a falta de espaço e de liberdade dos indivíduos conforme refere o padre Ribeiro: “a gente, (…) n’aquelles cubículos, morre suffocada”, e ainda a solidão inerente à cidade, “vazia e estéril”, associada à desumanização dos seres “entre a indiferença e a pressa da Cidade”.
Eça de Queiroz é, a meu ver, o Mestre na arte de descrever personagens e situações; a sua escrita é bastante actual tendo sido sem dúvida alguma, um visionário no século XIX, apercebeu-se das grandes problemáticas e modificações da sociedade que iriam influenciar os séculos vindouros...
terça-feira, 27 de janeiro de 2009
Porquê «O Nome da Rosa»?

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
Congresso Internacional de Promoção da Leitura

Este encontro subdividiu-se em quatro painéis, tendo como objectivo o debate de problemáticas essenciais para formar leitores competentes para ler o mundo. Esteve em questão a Literatura para a Infância e Formação de Leitores; as Estratégias de Leitura e Compreensão Leitora; os Projectos de Promoção da Leitura e a Leitura em Debate.
Fonte: clique aqui!
domingo, 25 de janeiro de 2009
O VALOR ACTUAL DA NOSSA LÍNGUA
sábado, 24 de janeiro de 2009
Grimpow

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
Conto de Natal
A intertextualidade está lá... bem visto! Não resisti em compartilhar com a comunidade de leitores das Florestas este lindo conto. Obrigado Isilda! Aproveitem também para ler o poema de Jacques Prévert!
"De sacola e bordão, o velho Garrinchas fazia os possíveis para se aproximar da terra. A necessidade levara-o longe de mais. Pedir é um triste ofício, e pedir em Lourosa, pior. Ninguém dá nada. Tenha paciência, Deus o favoreça, hoje não pode ser - e beba um desgraçado água dos ribeiros e coma pedras! Por isso, que remédio senão alargar os horizontes, e estender a mão à caridade de gente desconhecida, que ao menos se envergonhasse de negar uma côdea a um homem a meio do padre-nosso. Sim, rezava quando batia a qualquer porta. Gostavam... Lá se tinha fé na oração, isso era outra conversa. As boas acções é que nos salvam. Não se entra no céu com ladainhas, tirassem daí o sentido. A coisa fia mais fino! Mas, enfim... Segue-se que só dando ao canelo por muito largo conseguia viver. E ali vinha de mais uma dessas romarias, bem escusadas se o mundo fosse de outra maneira. Muito embora trouxesse dez reis no bolso e o bornal cheio, o certo é que já lhe custava arrastar as pernas. Derreadinho! Podia, realmente, ter ficado em Loivos. Dormia, e no dia seguinte, de manhãzinha, punha-se a caminho. Mas quê! Metera-se-lhe na cabeça consoar à manjedoira nativa... E a verdade é que nem casa nem família o esperavam. Todo o calor possível seria o do forno do povo, permanentemente escancarado à pobreza. Em todo o caso sempre era passar a noite santa debaixo de telhas conhecidas, na modorra de um borralho de estevas e giestas familiares, a respirar o perfume a pão fresco da última cozedura... Essa regalia ao menos dava-a Lourosa aos desamparados. Encher-lhes a barriga, não. Agora albergar o corpo e matar o sono naquele santuário colectivo da fome, podiam. O problema estava em chegar lá. O raio da serra nunca mais acabava, e sentia-se cansado. Setenta e cinco anos, parecendo que não, é um grande carrego. Ainda por cima atrasara-se na jornada em Feitais. Dera uma volta ao lugarejo, as bichas pegaram, a coisa começou a render, e esqueceu-se das horas. Quando foi a dar conta passava das quatro. E, como anoitecia cedo não havia outro remédio senão ir agora a mata-cavalos, a correr contra o tempo e contra a idade, com o coração a refilar. Aflito, batia-lhe na taipa do peito, a pedir misericórdia. Tivesse paciência. O remédio era andar para diante. E o pior de tudo é que começava a nevar! Pela amostra, parecia coisa ligeira. Mas vamos ao caso que pegasse a valer? Bem, um pobre já está acostumado a quantas tropelias a sorte quer. Ele então, se fosse a queixar-se! Cada desconsideração do destino! Valia-lhe o bom feitio. Viesse o que viesse, recebia tudo com a mesma cara. Aborrecer-se para quê?! Não lucrava nada! Chamavam-lhe filósofo... Areias, queriam dizer. Importava-se lá. E caía, o algodão em rama! Caía, sim senhor! Bonito! Felizmente que a Senhora dos Prazeres ficava perto. Se a brincadeira continuasse, olha, dormia no cabido! O que é, sendo assim, adeus noite de Natal em Lourosa... Apressou mais o passo, fez ouvidos de mercador à fadiga, e foi rompendo a chuva de pétalas. Rico panorama! Com patorras de elefante e branco como um moleiro, ao cabo de meia hora de caminho chegou ao adro da ermida. À volta não se enxergava um palmo sequer de chão descoberto. Caiados, os penedos lembravam penitentes. Não havia que ver: nem pensar noutro pouso. E dar graças! Entrou no alpendre, encostou o pau à parede, arreou o alforge, sacudiu-se, e só então reparou que a porta da capela estava apenas encostada. Ou fora esquecimento, ou alguma alma pecadora forçara a fechadura. Vá lá! Do mal o menos. Em caso de necessidade, podia entrar e abrigar-se dentro. Assunto a resolver na ocasião devida... Para já, a fogueira que ia fazer tinha de ser cá fora. O diabo era arranjar lenha. Saiu, apanhou um braçado de urgueiras, voltou, e tentou acendê-las. Mas estavam verdes e húmidas, e o lume, depois de um clarão animador, apagou-se. Recomeçou três vezes, e três vezes o mesmo insucesso. Mau! Gastar os fósforos todos é que não. Num começo de angústia, porque o ar da montanha tolhia e começava a escurecer, lembrou-se de ir à sacristia ver se encontrava um bocado de papel. Descobriu, realmente, um jornal a forrar um gavetão, e já mais sossegado, e também agradecido ao céu por aquela ajuda, olhou o altar. Quase invisível na penumbra, com o divino filho ao colo, a Mãe de Deus parecia sorrir-lhe. Boas festas! - desejou-lhe então, a sorrir também. Contente daquela palavra que lhe saíra da boca sem saber como, voltou-se e deu com o andor da procissão arrumado a um canto. E teve outra ideia. Era um abuso, evidentemente, mas paciência. Lá morrer de frio, isso vírgula! Ia escavacar o ar canho. Olarila! Na altura da romaria que arranjassem um novo. Daí a pouco, envolvido pela negrura da noite, o coberto, não desfazendo, desafiava qualquer lareira afortunada. A madeira seca do palanquim ardia que regalava; só de cheirar o naco de presunto que recebera em Carvas crescia água na boca; que mais faltava? Enxuto e quente, o Garrinchas dispôs-se então a cear. Tirou a navalha do bolso, cortou um pedaço de broa e uma fatia de febra e sentou-se. Mas antes da primeira bocada a alma deu-lhe um rebate e, por descargo de consciência, ergueu-se e chegou-se à entrada da capela. O clarão do lume batia em cheio na talha dourada e enchia depois a casa toda. É servida? A Santa pareceu sorrir-lhe outra vez, e o menino também. E o Garrinchas, diante daquele acolhimento cada vez mais cordial, não esteve com meias medidas: entrou, dirigiu-se ao altar, pegou na imagem e trouxe-a para junto da fogueira. - Consoamos aqui os três - disse, com a pureza e a ironia de um patriarca. – A Senhora faz de quem é; o pequeno a mesma coisa; e eu, embora indigno, faço de S. José."
Miguel Torga
A magia de um livro...

Deixei um livro ao vento
Para poder ir a um evento
E ao regressar da convenção
Tive uma agradável recepção
Encontrei o meu livro a transfigurar-se
Vi cada letra do seu feito vangloriar-se
Vi as palavras numa tremenda agitação
Estavam no jardim a fazer uma celebração
A celebração de um feito
Conferindo à minha vida um novo efeito
Um efeito de alegria sem par
Por ver as missivas do livro a celebrar
A festa da leitura, a festa da palavra
Que a minha solidão desagrava
Por tê-las à minha beira
Porque vivê-las é a melhor maneira
De me sentir feliz, contente
Neste mundo cinzento e carente…
João Paulo S. Félix

terça-feira, 20 de janeiro de 2009
Mãe

Mãe é uma obra fantástica, uma história de vida dura e rural nas províncias da China. As personagens não têm nomes; apenas e muito bem, são caracterizadas pelas relações familiares: mãe, pai, filho mais novo, primo, mulher do primo... Uma mãe, que abandonada pelo marido, consegue criar três filhos (o filho mais velho, a filha cega e o filho mais novo) a muito custo e com muitas dificuldades. Não existe neste livro suspense ou fantasia! Somente uma história de vida de uma mãe que luta, que mente, que trabalha, que comete erros, que se redime, que ama, que vive para os filhos... e quando tudo parece acabar, o ciclo da vida renova-se e a esperança de uma vida melhor surge como por milagre. Uma verdadeira história de luta por uma vida nobre, simples e pobre.
Nota: 9/10
segunda-feira, 19 de janeiro de 2009
Conviver com os adolescentes

Citando Jim Auer:
“Quando o teu filho se aproximar dos treze anos, vais notar que a criança que criaste ou educaste é agora um estranho -um adolescente. Este pequeno manual ensinar-te-á a arte e as estratégias que precisas para ultrapassar esta fase – assim como sugestões para melhorar a tua relação com o teu filho adolescente. Poderás sobreviver e até gostar desta fase. Deixa que os duendes deste livro te mostrem como!”
A todos os pais, futuros pais de adolescentes ou professores deixo-vos um conselho que me tocou especialmente:
“Tu tens o direito de querer que o teu filho” ou aluno “se torne um jovem bom e honrado… Contudo, não é realista esperares que ele se torne uma cópia tua…” ou de outra pessoa.
Cada ser é único e não deve ser comparado mas sim compreendido, aceite e ensinado a caminhar, da melhor forma, na longa estrada da vida. Nota: 7/10
sábado, 17 de janeiro de 2009
O Ouro dos Cruzados

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009
Écrire

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009
Chagrin d'école - Daniel Pennac
Ainda não está traduzido em português, mas podíamos traduzi-lo por “Insucesso na escola”. Foi uma obra que descobri por acaso, numa citação, e que logo me impeliu para a pesquisa. Como professora, educadora e formadora não o poderia perder. Enfim, depois de muito “bater à porta” de tantas editoras, uma possuía mesmo o original, em língua francesa.
Li, reflecti e fiz a ponte com a nossa realidade. Nada mais parecida. Afinal o que afecta a educação em França é, certamente, o que temos no nosso país. Daniel

Fala-nos dos problemas sociais da actualidade, indicando algumas chaves pedagógicas para pais e professores. Tudo o que ele é o deve a três professores – os seus salvadores. O primeiro de todos, um professor de Língua Materna (para ele o francês), teve a feliz ideia de acabar com as suas desculpas e dissertações para se desculpar da falta de estudo e dos deveres de aluno, pedindo-lhe que escrevesse um romance. Foi este o clic que o chamou à realidade, introduzindo-o no mundo da literatura. Nunca mais deixou o dicionário, os bons escritores e a leitura. É um auto-retrato, cheio de humor e de factos reais, mas saborosos. Fascina-nos com o seu talento e a sua capacidade de contador de histórias.
Só para professores? Não. Essencialmente para pais, tal como ele teve o grande apoio familiar, apesar de todos os insucessos escolares que ia revelando. O suporte familiar nunca falhou. Depois, bastou o feeling de alguns professores para o fazerem despertar. Palmas para Daniel Pennac e para todos os professores que, tal como aqueles que descobriram este prodígio, tanto fazem pelo ensino e pela educação.
A propósito, também descobri um poema de Jacques Prévert que nos fala dos chamados alunos a quem apelidam de “cancres” e que não queria deixar de vos dar a conhecer, pois está na linha do discurso da obra aqui referenciada. É ao mesmo tempo real e cruel.
Vão as duas versões, sendo a portuguesa traduzida e adaptada por mim, para que todos compreendam.
Il dit non avec la tête
Il dit oui avec le coeur
Mais il dit oui à ce qu’il aime
Il dit non au professeur.
Il est debout
On le questionne
Et tous les problèmes sont posés.
Soudain le fou rire le prend
Et il efface tous les chiffres et les mots,
Les dates et les noms,
Les phrases et les pièges.
Et malgré les menaces du maître,
Sous les huees des enfants prodiges
Avec des craies de toutes les couleurs
Sur le tableau noir du malheur
Il dessine le visage du bonheur.
“O mau aluno”
Ele diz não com a cabeça
Ele diz sim com o coração
Mas diz sim àquilo de que gosta
Ele diz não ao professor.
Ele está de pé
Alguém o questiona
E todos os problemas se colocam.
De repente, desata a rir-se
E apaga todos os números e palavras,
As datas e os nomes,
As frases e as ciladas.
E apesar das ameaças do mestre,
Sob os apupos dos meninos-prodígio,
Ele desenha o rosto da felicidade
Com o giz de várias cores
No quadro negro da infelicidade.
Isilda Lourenço Afonso
Nota: 10/10
terça-feira, 13 de janeiro de 2009
A Invenção de Leonardo
segunda-feira, 12 de janeiro de 2009
Saldos nas Livrarias Bertrand

domingo, 11 de janeiro de 2009
Tobias e o Anjo

Conta-nos a história de uma menina que morava, com seus pais, num grande prédio nos arredores de uma cidade. Não tinha irmãos e os seus pais estavam sempre ocupados a berrar um com o outro. Por sorte, tinha o avô.
Os seus pais, nas fotografias do casamento, “tinham um brilho extraordinário nos olhos, como se uma fada tivesse deitado lá dentro lantejoulas”. Depois, este brilho desapareceu… A menina estranhava. “Os sonhos são como bolhas. De repente explodem e não fica nada. Com o nada também a luz se afasta.”- explicava o avô.
As contínuas discussões dos pais eram formadas por “palavras-térmitas”, “palavras-aranhas”, “palavras-escorpiões”… As palavras do avô eram muito diferentes. Não eram “palavras-pedrada-na-cara”. Em vez de fecharem as portas, abriam-nas. Eram “palavras-chave” e “palavras-manta”, “palavras-tépidas”, que aconchegam.
As”palavras-lixo” deixavam-na indiferente como uma pedra no meio do deserto.
As palavras da escola eram “palavras-confusão”, pois não respondiam a nenhuma das perguntas que enchiam a sua cabeça.
Quando o avô não estava, a menina sentia-se só. Ouvia a linguagem das coisas, mas não a das pessoas. Com as coisas, ela comunicava, falava sem abrir a boca, mas com as pessoas isso não era possível.
A menina tinha a sensação de que ninguém gostava dela, sentia-se um nada de que todos queriam ver-se livres.
E, um dia, saiu de casa e desapareceu…
O que lhe teria acontecido? Como teriam reagido os pais? Quem seria Tobias? E o Anjo?
Leia este livro e descubra as respostas a estas perguntas.
Às vezes, é preciso perder as coisas, para perceber a sua importância…
Lídia Valadares
quinta-feira, 8 de janeiro de 2009
A razão dos avós
segunda-feira, 5 de janeiro de 2009
Casa da Leitura: Formar Leitores para ler o Mundo
domingo, 4 de janeiro de 2009
A Conspiração do Graal

sábado, 3 de janeiro de 2009
A Lenda de Despereaux
