sábado, 28 de fevereiro de 2009

A Cruzada


Sinopse: "Depois de no livro A Irmandade, Will Campbell ter atingido a maioridade entre conspiração, paixão e intriga, e após anos de derramamento de sangue, a Irmandade ajudou a estabelecer uma trégua entre Cristãos e Muçulmanos. Mas, Will teme agora que tenham sido traídos. O rei Edward de Inglaterra prometeu ao papa que lideraria uma nova Cruzada, enquanto no próprio Acre um conluio implacável de mercadores ocidentais, que especula em escravos e armamento, conspira para reacender as hostilidades na Terra Santa. Entretanto, no Egipto, o sultão Baibars é apanhado numa luta de poderes. À medida que a guerra toma forma, Will fica dividido entre o seu juramento como templário, o seu papel secreto na Irmandade e o seu dever para com Elwen, a amada com quem está proibido de casar. Will fica aprisionado no seio de uma devastadora teia de desilusão e destruição quando ele e os que o rodeiam se precipitam num dos mais dramáticos momentos da história.
Demorei um pouco mais a ler este livro de 526 páginas, do que o habitual. Com várias leituras em simultâneo, é lógico que não se lê com a rapidez desejada.
A autora deste romance histórico, Robyn Young "nasceu em Oxford, em 1975, e cresceu nas Midlands e no Devon. Desde cedo começou a escrever poesia, histórias e artigos para jornais que lhe valeram vários prémios de escrita. Trabalhou como organizadora de festivais, promotora musical, conselheira de investimentos e professora de escrita criativa. Tem um Mestrado em escrita criativa, feito na Universidade de Sussex e vive em Brighton. Aos 25 anos começou a escrever o seu primeiro romance: A Irmandade, que foi bestseller logo na semana do lançamento." (in Wook)
A escrita desta autora é bastante agradável e prende-nos de forma muito subtil; saltando de acção em acção e de espaço em espaço. O segundo romance desta trilogia, A Cruzada, leva-nos para vários mundos ao mesmo tempo: estamos em Acre, em Trípoli, em Inglaterra, em França, no Egipto... É necessário ao leitor uma atenção redobrada, para não se perder na estória, visto que ao mesmo tempo, em lugares bem diferentes e com personagens inimigas umas das outras, acontecem situações em simultâneo que afectam todo o enredo histórico.
O primeiro romance tinha sido uma delícia em termos históricos, este segundo não se ficou atrás. Vivemos no tempo das Cruzadas no século XIII, entre os Templários e a "Anima Templi"; viajamos e combatemos com os mamelucos pelo deserto; sofremos... perdemos e ganhamos nas batalhas entre cristãos, judeus e muçulmanos... todos ansiosos por conquistar e manter em seu poder a Terra Santa: Jerusalém. Sentimos o desejo de entrar para a "Anima Templi" para poder manter a Paz entre todos estes povos...
Ainda me falta ler o último livro desta trilogia Requiem, que espero ser tão bom quanto os dois primeiros volumes. Para quem é amante de romance histórico, A Irmandade e A Cruzada estão muito bem escritos e retratam fielmente acontecimentos que conhecemos muito bem da nossa História Mundial.
Nota: 9/10

António Mota

UM LIVRO: A CASA DOS SONHOS

"Um livro é uma casa grande, com todos os quartos que quisermos ocupar e que está implantada no lugar do mundo que mais nos convier. Um livro é um espelho onde nos podemos ver mas com corpo de homem, ou de mulher, de cor negra, ou branca ou aos quadradinhos, com cabelo ruivo ou louro ou de todas as cores. Um livro é uma fonte de água muito límpida e muito fresca que nos mata a sede à hora que quisermos. Um livro é uma árvore que nos dá a sombra e nos mostra as raízes diversas que povoam o chão. Um livro pode ser uma travesseira ou um bálsamo. Um livro pode ser um despertador mais estridente que os mais sibilantes despertadores. Um livro pode levar-se para toda a parte - até para a banheira - e, muitas vezes agarra-se à pele de quem o lê e nunca mais na vida é capaz de o esquecer. Um livro é o ser mais paciente do mundo. Espera por um leitor a vida inteira. Não lêem livros os desafortunados que nunca tiveram a oportunidade de provar os sabores do sonho, da sabedoria e da vida. Senhor, tende piedade deles!"

António Mota, via Jardim Fascinante

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Um

"Seríamos os mesmos se soubéssemos o que nos espera para lá do espaço e do tempo?"
Estava a trabalhar dolorosamente sobre um texto em inglês ... e não sei como nem porquê, lembrei-me do livro Um de Richard Bach.
Fui a correr as minhas estantes à procura do livro e lá estava ele. Abriu-o, encontrei um marcador datado de 09 de Maio de 1993: "Numa família que se ama, na fé, na paz sempre unida, surgirão de ramo em ramo, os filhos, flores da vida".
Nem me lembrava deste marcador!!:)
Comecei a folhear o livro e percebi então!
Se tivessemos a possibilidade de nos deslocar no tempo e no espaço, se pudessemos encontrar outros "eu" e outros "tu", o que faríamos? Sei que me deliciei com este livro e ao voltar a folhear as suas páginas, voltaram à minha memória, desejos que todos os seres humanos têm: "e se a minha vida fosse outra?". Esta obra está repleta de imaginação, de fantasia, de viagens, de mundos, de amor, de valores.
Curiosidade: sabiam que Richard Bach , tal como Antoine de Saint-Exupéry era escritor e piloto.
Nota: 8/10

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Livros com cheiro

Neste fim de semana prolongado, dei prioridade às leituras com as minhas filhas. Depois de ler e de adorarmos o livro de Alice Vieira com cheiro a morango, fomos à procura e à descoberta de novos "cheiros".
As ilustrações destes novos livros são apelativas e originais; as histórias são divertidas com mensagens que transmitem valores e ensinamentos.
Mas o que nós achamos mais original, é o facto de passar a mão pela capa interior do livro e esta ficar a cheirar a baunilha, a caramelo ou mesmo a chocolate.

Pais, filhos, irmãos, famílias, leiam em conjunto e desfrutem dos sentidos e do prazer de estarem juntos.

"Isabel estranhou. A mãe respondia sempre a tudo, e quase sempre por três vezes.
- Chama o pai... - disse então a mãe, que tinha ficado branca de repente. (Branca, muito branca, branquíssima, diria ela.)
E só murmurava:
- O bébé vai nascer!
E, ao telefone, era agora Isabel que repetia:
- Ó pai, venha rápido, muito rápido, rapidíssimo!"
Nota: 9/10

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Conectando Mundos

Caros amigos desta comunidade de leitores!

Desta vez vou ser breve. Gostaria de dar-vos a conhecer que existe um projecto que estou a desenvolver com os meus alunos e acho que todos devem consultá-lo, pois pode ser muito útil para os nossos jovens.

O projecto tem o nome de "Conectando Mundos" e coloca os alunos em contacto com outros de todo o mundo. Tem como objectivo desenvolver atitudes de cidadania global, no âmbito da ecologia e das relações interpessoais.

Está a ser muito interessante, uma vez que desperta a curiosidade e a participação de todos. Este ano o tema é "O Efeito Borboleta" e a "Teoria do Caos". Descobrem-se aspectos relevantes para a conservação do nosso Planeta.

Convido-vos a visitar http://www.conectandomundos.org/ e http://conectandomundospt.blogspot.com/. Vão ver que aparecem trabalhos e informações muito pertinentes.

Até breve.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

A maior flor do Mundo

É Preciso Inovar
A Comissão Europeia propõe que 2009 seja o “Ano Europeu da Criatividade e Inovação”.
John MacDonald, porta-voz da Comissão Europeia, responsável pela Educação, Formação, Cultura e Juventude, considera ser de extrema importância a promoção da criatividade e inovação para o desenvolvimento de competências pessoais e sociais pela vida fora, para a globalização e para a própria economia, e encoraja os Estados-membros a trabalharem juntos neste projecto.
Perfilho e aplaudo esta proposta. Sim, creio que, muitas vezes, a solução para graves problemas reside numa combinação talentosa de criatividade e inovação. Mas eu penso que é preciso, sobretudo, inovar mentalidades, percepções, posturas, atitudes… É urgente criarmos novos hábitos, novas práticas de pôr em acção o que julgamos indispensável.
De facto, consideramos que é absolutamente imprescindível cuidar do nosso planeta (da nossa casa, afinal!) e que isso é responsabilidade de TODOS NÓS. Aprovado por unanimidade. Disto ninguém tem dúvidas! Mas, na verdade, esta convicção inabalável é desgastada pela correria do dia-a-dia e, quando damos conta, “TODOS” passam a ser OS OUTROS e tranquilizamo-nos, pensando: “Afinal, mais um, menos um, não faz diferença nenhuma!”, esquecendo uma regra elementar: o todo é a soma de todas as partes.
E quem fala do Planeta, fala de outros aspectos. Fala, por exemplo, da Economia, da Educação… Cada vez mais, no mundo actual, é preciso trabalhar em conjunto, em equipa, em parceria, e isso só funciona quando cada um de nós tomar a verdadeira consciência de que é parte integrante e fundamental de uma engrenagem, na qual desempenha um papel insubstituível, e que só funciona quando todos, isto é, cada um de nós não se demitir das suas funções. Quando cada um de nós estiver disposto e tiver a humildade (ou a inteligência) de aprender com os outros, por exemplo, com os seus pares, com as crianças…
Às vezes, cometemos o erro de pensar que precisamos de fazer coisas geniais, extraordinariamente abrangentes, para salvar o mundo e logo desanimamos ao pensar que isso está fora do nosso alcance (as inovações são para os génios!). Pois eu penso que não é esse o caminho certo. Creio que as grandes obras resultam do somatório articulado, persistente e sistemático de coisas simples, de pequenos gestos e atitudes do dia-a-dia, bem à nossa dimensão, à nossa pequenez, e resultantes da nossa convicção, empenho e criatividade, que cada um procura desenvolver ao máximo para criar um futuro mais risonho, não apenas o seu, mas o de uma sociedade na qual está inserido.
E, nesta linha de pensamento, surgiu na vitrina da minha memória um livro que já li há algum tempo, mas que fui buscar à estante para reler. Bom sinal, pois muitos livros se lêem, mas poucos se relêem, na minha opinião. Eu reli: A Maior Flor do Mundo, de José Saramago. E confesso que o achei ainda mais delicioso, desta vez. Talvez porque já conhecia a história e fiquei mais disponível e atenta a outros pormenores. Talvez porque tive hipótese de estabelecer novos diálogos com o texto, de preencher mais espaços em branco… Ou, talvez, porque, como diz André Maurois, “A leitura de um bom livro é um diálogo incessante: o livro fala e a alma responde.” E a minha alma respondia a cada passagem, a cada palavra, a cada espaço em branco. Achei o livro fantástico!
Começa, assim, o autor: “As histórias para crianças devem ser escritas com palavras muito simples, porque as crianças, sendo pequenas, sabem poucas palavras e não gostam de usá-las complicadas. Quem me dera saber escrever essas histórias, mas nunca fui capaz de aprender e tenho pena. Além de ser preciso escolher as palavras, faz falta um certo jeito de contar…”. Pois eu acho que Saramago escolheu, com mestria, as palavras e deu provas de um jeito fascinante de contar essas histórias.
Fala de um menino que salta de “árvore em árvore como um pintassilgo” e se dedica “à vagarosa brincadeira que o tempo alto, longo e profundo da infância a todos nós permitiu…” E eu habitei, por momentos, a minha infância…
E, nesta inebriante felicidade e liberdade, o menino andou, andou, por caminhos sem fim, até que chegou ao cimo de uma imensa encosta, onde só havia uma flor. “Mas tão caída, tão murcha, que o menino se achegou de cansado.”
Bem, o que se passa daqui para a frente eu não vou contar, até porque perderia toda a beleza, só lendo… O autor passa da prosa à prosa poética, de novo volta à prosa, mas cada palavra, cada expressão desperta múltiplas sensações, emoções, e dá provas de uma singular arte de escrever. A história é muito curta, mas a lição é GRANDE.
E termina desta forma: “Quem sabe se um dia virei a ler outra vez esta história, escrita por ti que me lês, mas muito mais bonita?...”
Não resisto em citar o que está na contra-capa do livro e que achei provocatório (bem ao jeito de Saramago), mas fantástico: “E se as histórias para crianças passassem a ser de leitura obrigatória para os adultos? Seriam eles capazes de aprender realmente o que há tanto tempo têm andado a ensinar?”
Mas, afinal, o que tem a ver este livro com o assunto inicial? Por que razão apareceu ele no fio da meu pensamento?
Leiam-no e descobrirão facilmente porquê.

Lídia Valadares

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

O nosso icebergue está a derreter

Como já devem ter percebido ao visitar o blogue Fascínio das Palavras e a Floresta das Leituras, leio vários livros em simultâneo. Uns por obrigação profissional, outros devido a orientações académicas, os que leio com as minhas filhas e ainda aqueles que leio por pura distracção lúdica. Ia dizer prazer, mas tive de me conter; quase todas as minhas leituras são por prazer, até mesmo as que são por deveres profissionais.

Estava eu a dizer; fui orientada para leitura de um livro que li MUITO rapidamente, O nosso Icebergue está a derreter: uma fábula.

E o que é uma fábula? Pois bem "é uma narrativa alegórica, em forma de prosa ou verso, cujos personagens são geralmente animais com características humanas, sustentam um diálogo, cujo desenlace reflecte uma lição de moral, característica essencial dessa. É uma narrativa inverossímil, com fundo didáctico. Quando os personagens são seres inanimados, objectos, a fábula recebe o nome de apólogo. A temática é variada e contempla tópicos como a vitória da fraqueza sobre a força, da bondade sobre a astúcia e a derrota de presunçosos."
Deixem-me dizer que esta "simples fábula" como lhe chama o autor, John Kotter, é uma pequena delícia; para quem se quiser limitar à história da colónia de pinguins... está óptimo, visto que está muito bem narrada, simples, com ilustrações deveras engraçadas. No entanto, quem quiser ir ao cerne da questão... entrar dentro da fábula; sobre as mudanças que acontecem nas nossas vidas , sobre o modo como interagimos em equipa. Existem sentimentos controversos, desde o medo, a arrogância, a simpatia, a coragem, a reflexão, as derrotas e as vitórias; como devemos lidar com isto tudo!!!!
Resumindo, aconselho, recomendo vivamente, faz-nos pensar na sociedade dos pinguins... desculpem... na sociedade dos seres humanos!
Curiosidade: Sabiam que o autor do prefácio é Spencer Johnson, o autor de Quem mexeu no meu queijo?
Nota: 10/10

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Seis ligações importantes, seis detalhes breves

O blogue Livros e Outras Coisas; Nlivros; Leituras da Maggie ofereceu-nos o prémio 66?.
Foi uma distinção muito amável e que muito nos honra.
Associadas ao prémio estão 6 regras:
1. Linkar a pessoa que o/a indicou.
2. Escrever as regras no blogue.
3. Contar 6 coisas aleatórias sobre si.
4. Indicar mais 6 pessoas e colocar os links respectivos no final do post.
5. Deixe a pessoa saber que a indicou, deixando um comentário para ela.
6. Deixe os indicados saberem quando você publicar seu post.

Seis coisinhas sobre mim:
1. Adoro ler quase tudo.
2. Eça de Queiroz é o meu autor favorito.
3. Adoro ler com as minhas filhas.
4. Viajar é outra paixão.
5. Praias, montanhas, planícies, rios, florestas: tudo locais fascinantes.
6. Tenho amigas fantásticas: Lúcia, Rute, Lena, Kris, Gae, Christine, Isilda, Lídia, Ana Sofia, Vera, Susana, Marisa, Patrícia ...e tantas outras.

Seis blogues que indicamos, e que gostamos de acompanhar:
Livros e outras coisas
O Cantinho do Bookoholic
...Viajar pela Leitura...
Nlivros
Sombra de livros
Devaneios Dulcíssimos Amaríssimos

O CASTELO DOS LIVROS


Neste livro de Teresa Maia Gonzalez (crianças dos 7 aos 10 anos), abordam-se duas temáticas: o valor dos livros e da biblioteca e os maus tratos a uma criança, tão frequentes na nossa sociedade (a propósito da história do dragão).

Havia um castelo numa montanha azul, constituído por 4 torres, onde vivia um marquês (biblionário - aquele que era muito rico em livros) com os seus criados. Essas torres eram autênticas bibliotecas: a Torre dos Arrepios (para livros de romAnce de aventuras), a Torre das Asas (para livros de poesia), a Torre do Céu (para livros de religião) e a Torre Dourada (livros para crianças e jovens).
Já muito velhinho, o marquês decidiu convidar as pessoas da cidade para visitarem o seu castelo e poderem admirar a sua biblioteca. Ficou amargurado por ninguém apreciar tamanho tesouro. Eis senão quando, vê a Inês de 8 anos que lia um livro nas escadas, muito concentrada.

Assim tudo começou. Inês leu, leu, leu... pela vida fora até que um dia decide tornar-se contadora de histórias para crianças, principalmente para aquelas que tinham deixado de ler ou que nunca tinham ido à escola. Foi ela quem ficou com o castelo, após a morte do marquês, tornando-se uma sábia. Conheceu, entretanto, uma menina, a Teresa que, tal como ela, se apaixonou pela leitura e pela escrita. Até escreveu uma história sobre um dragão. Inês desconfiou do assunto e da forma como estava abordado e acabou por descobrir um problema pessoal da pobre Teresa.

Foi muito importante ter tido conhecimento da história e, após uma longa conversa com a sua amiga de leitura, o gravíssimo problema foi resolvido.

A amizade nascida da paixão pelos livros serviu para combater algo que molestava a Teresa e uma verdadeira amizade nasceu e consolidou-se. É assim que Teresa Gonzalez termina na p. 62: "Porque quem conta histórias, falando ou escrevendo, acaba por fazer amigos (se calhar, ainda não tinhas pensado nisto...)!

É uma mensagem que nos faz pensar e, sobretudo, nos mostra como através dos livros se descobrem grandes mistérios. E não é verdade? Nós, professores sabemos isso muito bem...

Agora deixem-me transcrever as passagens deliciosas deste livro para vos aguçar o apetite.

"Ao abrir a janela de um livro, entra às vezes uma corrente de ar mágica que nos dá o alento e a coragem necessários para pedir ajuda e seguir em frente, com confiança, rumo à Alegria para a qual Deus nos criou a todos" (2007, p. 4)

"Quem escreve um livro, constrói um castelo, e quem o lê passa a habitá-lo" (2007, p. 6)

"...uma biblioteca onde vivem muitos livros deve ser um lugar sempre bem organizado, assim como a nossa cabeça, onde vivem muitas ideias, deve estar organizada." (2007, p. 31)

"Convém lembrar que um sábio não é apenas alguém que sabe muitas coisas, mas também alguém que consegue realizar algo importante para si e para os outros, de modo a que a vida fique mais bonita de viver!" (2007, p. 34)

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

As férias do menino Nicolau

Sinopse: "Quando chegam ao fim das aulas, todos os meninos só pensam numa coisa: férias. O Nicolau não é excepção, mas vamos ver que as suas férias não foram muito sossegadas. Antes de mais nada, temos de ler o livro. Assim, ficaremos a saber como foram cheias de aventuras as férias do menino Nicolau."
in contra-capa do livro.

A minha filha recebeu este livro como presente de Natal, e quantas recordações não passaram logo pela minha mente. Quando eu tinha cerca de 11 ou 12 anos, li este livro Les vacances du petit Nicolas; escusado será dizer que na altura tinha adorado: um menino de férias a fazer imensas traquinices; fantástico e hilariante.

Hoje, passados alguns anos, e depois de ter sido lido pela Carol, e como gostamos de ler em família, discutir e reflectir sobre o que lemos, decidi voltar a ler este livro, agora em português. Várias vezes fiz figura "triste" ao sorrir sozinha enquanto estava a ler: "Mãe estás a rir porquê?"...

A verdade é que também me apercebi de muitas mensagens implícitas que não tinha captado aos 12 anos. Como mãe e professora, fui levada ao mundo da reflexão sobre a família, sobre o que fazemos quando estamos juntos, o impacto de determinadas atitudes sobre as crianças, as verdades que esquecemos de dizer aos que amamos, por vergonha ou falta de tempo!

Curiosidades:
Sabiam que o autor deste livro é Sempé, "pai" do menino Nicolau e que ele era um aluno "mal comportado"... tal como refere outro autor muito conhecido, Daniel Pennac.
Sabiam que todo o livro é feito em parceria nas ilustrações, com Goscinnny que teve como "filho ilustre", o famoso Astérix.

Recomendo aos mais jovens pelo ritmo acelerado de peripécias e pelas ilustrações hilariantes, recomendo a todos os outros pelo divertimento como pelas lições.

Nota:8/10

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Livro com Cheiro a Morango

É uma obra lúdica com grande cariz pedagógica, são quinze pequenos contos; uma agradável companhia para crianças e adultos, seja numa tarde de chuva passada em casa, seja na hora em que as crianças vão para cama, este livro permitirá momentos inesquecíveis de leitura, aprendizagem e troca de experiências...

São histórias verdadeiramente deliciosas quer pelo que contam, quer pelo irresistível aroma de morango que as perfuma. Este livro, com cheiro a morango despertará o interesse dos mais pequenos e serve de moldura aromática à prosa incomparável de Alice Vieira, autora que dispensa apresentações e que, nestes contos didácticos, com a mestria que lhe é conhecida, vai conduzir as crianças no caminho da leitura, apresentando-lhes vocabulário, jogando com as palavras e brincando com a gramática e acentuação.
Fiz a leitura com a minha filha mais pequena: com jogos de entoação sonora, o sorriso era inevitável, o cheiro adorável e as ilustrações divertidas:)
Nota: 8/10

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Mais um lindo poema de Jacques Prévert


le tendre et dangereux
visage de l’amour
m’est apparu un soir
après un trop long jour
c’était peut-être un archer
avec son arc
ou bien un musicien
avec sa harpe
je ne sais plus
je ne sais rien
tout ce que je sais
c’est qu’il m’a blessée
peut-être avec une flèche
peut-être avec une chanson
tout ce que je sais
c’est qu’il m’a blessée
blessée au coeur
et pour toujours
brûlante trop brûlante
blessure de l’amour.


Jacques Prévert - Contributo generoso de Livros e Outras Coisas

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Pour toi mon Amour

Je suis allé au marché aux oiseaux
Et j'ai acheté des oiseaux
Pour toi mon amour
Je suis allé au marché aux fleurs
Et j'ai acheté des fleurs
Pour toi mon amour
Je suis allé au marché à la ferraille
Et j'ai acheté des chaînes
De lourdes chaînes
Pour toi mon amour
Et puis je suis allé au marché aux esclaves
Et je t'ai cherchée
Mais je ne t'ai pas trouvée mon amour.


Jacques Prévert

Prémio Arco-iris

Mais um prémio que recebemos da Flicka, Paula , Projecto/lê .
Este prémio coloriu o nosso coração e alargou o nosso sorriso.
O nosso obrigado em arco-iris e bolas de sabão.
As regras:

- Exibir a imagem;

- Linkar o Blog do qual recebeu o prêmio;

- Escolher 15 Blogs para entregar os prêmios e avisá-los.

E os escolhidos são:

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

António Mota

O Colégio da Imaculada Conceição irá receber o escritor / autor / professor António Mota, no dia 28 de Fevereiro de 2009, pelas 14h30m, no Salão do Colégio. Convida-se toda a comunidade educativa, familiares e amigos para assistir à sessão. Neste dia, far-se-á também a abertura da Feira do Livro com o apoio de Plano Nacional de Leitura.

"António Mota nasceu em Vilarelho, Ovil, concelho de Baião, em 16 de Julho de 1957. É professor do Ensino Básico. Publicou o seu primeiro livro, A Aldeia das Flores, em 1979. Com a obra O Rapaz de Louredo (1983) ganhou um prémio da Associação Portuguesa de Escritores.Em 1990, recebeu o Prémio Gulbenkian de Literatura para Crianças e Jovens pelo seu romance Pedro Alecrim. Em 1996, ganhou o Prémio António Botto com A Casa das Bengalas.Em 2003, a obra O Sonho de Mariana, ganhou o Prémio Nacional de Ilustração, com ilustrações de Danuta Wojciechowska. Esta obra foi escolhida pela Associação de Professores de Português e Associação de Profissionais de Educação de Infância para o projecto "O meu brinquedo é um livro". Em 2004, recebeu o Grande Prémio Gulbenkian de Literatura para Crianças e Jovens, na modalidade de livro ilustrado, pela obra Se eu fosse muito Magrinho com ilustrações de André Letria.

Desde 1980 tem sido solicitado a visitar escolas do Ensino Básico e Secundário, assim como bibliotecas públicas, em Portugal e outros países, fomentando deste modo o gosto pela leitura entre crianças e jovens.Colaborou com vários jornais e participou em diversas acções organizadas por Bibliotecas e Escolas Superiores de Educação.Os seus livros estão antologiados em volumes de ensino do Português e tem obras traduzidas em Espanha e Alemanha. Tem trinta e seis obras recomendadas pelo Plano Nacional de Leitura.Em 2008 foi agraciado com a Ordem da Instrução Pública.Prémios e distinções:· 1983 - Prémio da Associação Portuguesa de Escritores, com O Rapaz de Louredo.· 1990 - Prémio Calouste Gulbenkian de Literatura Infantil com Pedro Alecrim.· 1996 - Prémio António Botto, com A Casa das Bengalas.· 2004 - Grande Prémio Calouste Gulbenkian de Literatura Infantil, modalidade ilustração, com Se eu fosse muito magrinho.· 2008 - Agraciado com o grau de oficial da Ordem da Instrução Pública.

OBRAS de LITERATURA INFANTO-JUVENIL:
A Aldeia das Flores /Andarilhos em Baião /A casa das bengalas /A Terra do anjo azul /A Viagem do Espanholito /Abada de Histórias/Andarilhos em Baião /As andanças do senhor Fortes /Lá de cima, cá de baixo /Cartas da Serra /Cortei as tranças /Filhos de Montepó /Jaleco /Fora de Serviço /Lá de Cima, Cá de Baixo /O Agosto que nunca esqueci /O Coelho Branco /O Galo da Velha Luciana /O Grilo Verde /O lambão, o teimoso e o senhor Veloso /O Livro das Letras /O Lobisomem/O Nabo Gigante /O pombo-correio /O Rapaz de Louredo /O Rebanho Perdeu as Asas /O Rei, o Sábio e os Ratos /O Sonho de Mariana /O Velho e os Pássaros /Onde Tudo Aconteceu /Os Heróis do6º F /Os Sonhadores /Pardinhas /Pedro Alecrim /Romeu e as rosas de gelo /Sal, Sapo, Sardinha /Se eu fosse muito alto /Se eu fosse muito pequenino /Se eu fosse muito magrinho /Se eu fosse muito forte /Se eu fosse mágico /Se tu visses o que eu vi /Segredos /Sonhos de Natal /Uma Tarde no Circo /Lamas de Olo-Avenida da Europa /A Aldeia do Bem-me-quer /Ninguém perguntou por mim.

OUTRAS:
O Príncipe com cabeça de cavalo /A Gaita Maravilhosa /A Galinha Medrosa /O sapateiro e os anões /Pedro Malasartes /A Princesa e a Serpente /Maria Pandorca /Os negócios do macaco /Trocas e baldrocas /O livro das Adivinhas 1 /O Livro das Adivinhas 2 /O Livro das Adivinhas 3 /O Livro dos Provérbios 1 /O Livro dos Provérbios 2 /O Livro dos Provérbios 3 /O Livro das Lengalengas 1 /O Livro das Lengalengas 2 /O Livro dos Trava-línguas 1 /O Livro dos Trava-línguas 2 /O Livro dos exageros /Fábulas de Esopo -Recontadas /Lamas de Olo-Avenida da Europa /Tenente Coronel José Agostinho.

PARA ADULTOS:
Outros Tempos/Em obras colectivas/ De que são Feitos os Sonhos /Contos da Cidade das Pontes /Conto Estrelas em Ti: Dezassete Poetas Escrevem para a Infância/Árvores Pombos Limões e Tropelias."

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Maria, a maior educadora da História

Dez princípios que Maria utilizou para educar o menino Jesus

"Educar é viajar no mundo do outro sem nunca penetrar nele. É usar o que pensamos para nos transformar no que somos. O maior educador não é o que controla, mas o que liberta. Não é o que aponta erros, mas o que os previne. Não é o que corrige comportamentos, mas o que ensina a reflectir. Não é o que observa apenas o que é tangível aos olhos, mas o que vê o invisível. Não é o que desiste facilmente, mas o que estimula sempre a começar de novo.

Um bom educador abraça quando os outros todos rejeitam; anima quando todos condenam, aplaude os que nunca subiram ao pódio; vibra com a coragem de disputar dos que ficaram nos últimos lugares. Não procura o seu próprio brilho, mas faz-se pequeno para tornar os seus filhos, alunos e colegas de trabalho grandes.
Que educador daria conta dessa missão?"
in badana do livro
É tão difícil ser pai, ser mãe nos dias que correm.
Mais uma vez, Augusto Cury abre-nos a mente e questiona-nos sobre a educação. Quem terá sido a criança mais difícil de educar? O menino Jesus? E a sua mãe não terá sido o maior e melhor exemplo, de como agir e reagir perante os nossos filhos, sobrinhos, alunos...
"Uma visão da psicologia, psiquiatria e pedagogia sobre a mulher mais famosa e desconhecida da História."
Recomendo, adorei tudo!
Como sempre as mensagens de Augusto Cury estão cheias de sabedoria.
Nota: 9/10

Marley e Eu

Esta foi a minha penúltima leitura Marley e Eu: A vida e o amor do pior cão do mundo é um livro não-fictício escrito pelo jornalista americano John Grogan. Através de uma narrativa em primeira pessoa, John Grogan relata a história real de seu cão da raça labrador americano chamado Marley e sua participação durante 13 anos na sua vida.

SINOPSE: "Quando John e Jenny se casaram, decidiram logo que queriam ter filhos, e para testar se seriam ou não bons pais, resolveram comprar um cão este que foi baptizado de Marley, em homenagem ao cantor de reggae Bob Marley. Com o tempo, o cão foi tornando-se um forte labrador com mais de quarenta quilos que, ao longo de seus treze anos de vida, colocou seus donos em situações embaraçosas e hilariantes, mas mostrou, ao mesmo tempo, o que realmente é importante na vida."
A MINHA OPINIÃO:
Como amante do mundo canino, li este livro e... deliciei-me. O livro é ternurento e fala sobre um casal de recém-casados que decide adquirir um cão - sem saberem - "o pior cão do mundo"... mas isso é o que todos nós dizemos cada vez que os nossos se lembram de fazer alguma asneira.Na tentativa de perceberem se já estariam prontos a assumir a responsabilidade dos filhos o casal decide adquirir um cão… isto, depois de uma tentativa falhada com uma simples planta. O livro conta, então, toda a história dos primeiros anos de vida deste casal, numa perspectiva muito particular, as acções e vida de Marley. Em suma, de tudo um pouco. Episódios divertidos, alguns não tanto. O livro relembrou-me todos os animais que já passaram cá por casa... e identifiquei-me com todas a peripécias. Desde os momentos em que chegaram/nasceram, idas ao veterinário, trapalhadas, doenças, encontros com abelhas, momentos de ternura. Regra geral, quem tem um cão minimamente enérgico, sabe que o nosso é sempre o pior do mundo. Contudo, tal como acontece neste livro, estes seres marcam pela sua presença, amizade, carinho, amor incondicional. A única coisa que nos pedem é um mínimo de cuidado e atenção. Esta é a receita mais instantânea possível para ter uma amizade cega e inquestionável. Para quem gosta de animais, Marley e Eu, o livro é uma indiscutível presença na biblioteca.
Pegadita

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Viagem sem regresso

"Duas amigas visitam a Índia e só uma regressa..."

Sinopse:
«“A minha melhor amiga estava morta. E a culpada era eu.”
Seis anos passaram sobre a morte de Gemma. Seis anos de dúvidas e angústias, durante os quais a vida de Esther foi um inferno permanente. Quando as duas amigas decidem fazer uma viagem juntas, nada faria prever que apenas uma delas regressaria. Esther era bela, sofisticada e destemida, Gemma o seu oposto. Ávidas de novas experiências, partem para a Índia em busca de aventura. O que elas ignoravam era que estavam prestes a entrar num mundo onde as regras sociais que lhes eram familiares não se aplicavam e que o tão almejado afastamento do mundo ocidental era afinal uma porta aberta para o que de mais sombrio traziam dentro de si. E foi rápida e inesperadamente que o sentimento que as unia foi posto à prova, levando-as a confrontar-se com ressentimentos e segredos antigos. Numa tentativa de descobrir toda a verdade e de se libertar dos fantasmas que ainda a atormentam, Esther tenta agora dar um sentido à tragédia que vitimou a sua melhor amiga e mudou irreversivelmente a sua vida. Seis anos passados sobre a morte de Gemma, Esther está de volta à Índia…»

Li este romance por mero acaso... de regresso de uma viagem fantástica ao Oriente com a minha cara-metade (Singapura, Tailandia, Bali) fiquei ao mesmo tempo comovida e assustada com este livro.
Comecei a ler, sem ter a mínima ideia que iria ter tanto poder sobre mim... ao ler certos excertos, parecia que me estava a ver durante a minha própria viagem. Para mim, durante a minha expedição, muitas foram as saudades das minhas filhas que estavam longe... e se nos acontecesse alguma coisa? Na altura, lembro-me perfeitamente de pensar e dizer repetidamente, e se... e se...!!!

ADOREI este livro!... enigmático, com descrições muito reais, fez-me recordar cheiros e sentimentos profundos... Até acho que em determinado ponto, foi difícil parar de ler, queria realmente chegar ao fim!
E que fim, Katy Gardner dá-nos um final estupendo... sinceramente, era o único final que eu não tinha em mente.
Aconselho, recomendo... Boas leituras!

Nota: 9/10

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Il y a je t'aime et je t'aime

Vejam aqui e ouçam esta canção relacionada com o post da Isilda sobre o amor e o dia dos namorados: Quentin Mosimann - Il y a je t'aime et je t'aime (+ paroles)

domingo, 8 de fevereiro de 2009

E depois de tudo, só resta o AMOR...

A propósito do dia de S. Valentim, data que todos os alunos apreciam e fazem questão de participar, resolvi dar-vos a conhecer as belas palavras de um cantor francês que descobri quando lia algo relacionado com a cultura francesa e aspectos civilizacionais de França. Nada mais apropriado para nos deliciarmos com a finesse e o bom gosto dos franceses. Espero que gostem tanto como eu gostei. É um sucesso em França e recebeu mesmo um prémio que se costuma atribuir às boas músicas actuais.

Se não gostarem, não leiam mais que uma vez. Se gostarem, reflictam e releiam, pois merece a pena. Nos dias que correm esta palavra Amor está muito deturpada, mas este jovem regenera-a. Aqui está.

Il y a je t'aime et je t'aime

Certains disent tout leur amour
Leur envie que ça dure toujours
C'est un crime comme on embrasse
Un défi au temps qui passe.
D'autres sont jetés au vent
N'importe comment
Ils ne comblent que le silence
Et retombent dans tous les sens.
Il y a je t'aime et je t'aime
Je t'aime trop, je t'aime bien
Il y a je t'aime et je t'aime
Je ne t'aime plus que je t'aime loin.
Certains parlent du lendemain
Ils font mal ou font du bien
On les chante ou les murmure
S'ils nous mentent ils nous rassurent.
D'autres n'osent pas dire qu'ils cachent
Tant de choses qui se détachent
Ils demandent et toi tu aimes
Ils attendent qu'on les retiennent
Je t'aime 6x
Je t'aime et je t'aime
Il y a ceux qui brûlent et blessent
Et puis ceux qui hurlent et cessent.
Il y a ceux qu'on n'oublie pas
Surtout ceux que tu dis toi.
Je ne t'aime plus
Je t'aime loin
Je t'aime
Je t'aime trop
Je t'aime bien
(Je t'aime trop
Je t'aime bien).
Il y a je t'aime et je t'aime
(Et je t'aime 6x
Je ne t'aime plus
Je t'aime loin).

Quentin Mosimann
É um verdadeiro hino ao Amor e àqueles que sabem o verdadeiro significado do verbo amar. Daí que, não quero deixar de vos dar a conhecer, ainda relacionado com o Amor, uma obra acabada de sair, publicada pela Bertrand, "Cartas de Amor de Grandes Homens", onde estão incluídas algumas cartas dos nossos expoentes máximos da literatura, como é o caso de Eça de Queirós, Fernando Pessoa, etc. Aquela que me seduziu foi mesmo a do nosso eterno Eça, actualíssimo e verdadeiro. Reparem na forma como é escrita, a beleza do discurso, a cortesia das palavras para com a sua amada. Além disso, o conhecimento que este escritor tinha do mundo das línguas e a capacidade de jogar e brincar com os idiomas, não alterando o sentido do discurso e transmitindo a beleza, o frisson que devem provocar as cartas de amor. Desfrutem desta preciosidade da literatura epistolar e como se escreve uma carta (coisa que hoje está a cair em desuso)!

"Minha Adorada Noiva,
Ontem, depois de lhe escrever, tornei a ler a sua carta - e não fiquei pouco surpreendido ao verificar que ela não continha a single little loving word. Reli-a novamente. Sacudi o papel pensando que the little word teria ficado emaranhada nas linhas entrecruzadas; rebusquei sobre a mesa, que ela não se tivesse extraviado entre os papéis; procurei pelo tapete; olhei o tecto que, ao abrir o envelope, ela não tivesse voado e pousado no estuque; esquadrinhei os cantos do sofá; voltei para fora o bolso do peito, não a tivesse eu distraidamente guardado no coração - Hélas! The poor little loving word was not to be found! (...).

Estou esperando outra carta sua, possa ela chegar e trazer-me the little loving word.

My little word é sempre a mesma - que a amo e que, quanto mais penso neste amor, nais sinto a sério e grande. Il mérite un peu de retour. Não que isso seja necessário para que ele viva, e mesmo para que cresça - mas enfim, como recompensa de ser verdadeiro, num mundo e num tempo em que quase tudo é postiço. São sempre difíceis de acabar as minhas cartas - porque não ouso escrever os finais como os sinto.

J'ai peur de vous effaroucher. E depois a sua proud reserve assusta-me um pouco. E assim só digo que te adoro, meu querido amor."
Eça de Queirós (1845-1900) para Emília de Castro (sua noiva e futura mulher)

Isto é um must, simplesmente delicioso! Hoje já não há cartas de amor? Parece que existe assim uma canção... O que é certo é que sabe bem ler mensagens destas. A literatura conjuga-se muito bem com os sentimentos e tudo o que há de puro e irónico num povo.

Tinha de partilhar tudo isto convosco. Mas há mais. Leiam o livro!

A Lenda de Despereaux


Já há uns tempos tinha escrito sobre o filme fantástico sobre A Lenda de Despereaux; gostei e amei com a minha família (principalmente as minhas duas crianças) e decidi comprar o livro e ler em família com a Carol que na sua tenra idade, quase já lê mais depressa do que eu.
Recomendo a todos os leitores: lê-se rapidamente, tem mensagens e valores que devemos reforçar, tanto nos adultos como nas crianças; é um óptimo livro para ler com os mais pequenos mas não só...
Opinião da Carol:
"Gostei muito do livro, é giro. Gostei muito da parte em que o ratinho conheceu a princesa. Acho que ser um ratinho com umas orelhas gigantes é engraçado. Este livro fala de amizade e que não podemos julgar os outros pelas aparências, porque todos pensavam que o ratinho por não ser igual aos outros, tinha algum defeito. Apesar de ser muito pequeno é muito corajoso porque foi salvar a princesa Ervilha."
"Despereaux estava livre. Passava os dias como queria: vagueava pelas salas do castelo, fitando a luz que vinha das janelas de vitrais com um ar sonhador. Ia para a biblioteca e lia vezes sem conta a história da bela donzela e do cavaleiro que a salvou."

in A Lenda de Despereaux, Gailivro, p.32.

Poema de Esperança

Escrevi no Fascínio das Palavras um pequeno texto sobre a minha filosofia de vida, em resposta obtive várias reflexões, que agradeço do fundo do coração... Do João recebi este lindo poema que não podia ficar esquecido nos comentários... Espero que apreciem! Obrigado pela contribuição!!!

"Rasgo no horizonte riscos que me inquietam
tento agarrar na neve que cobre
as fraldas dos montes
e não consigo...
ardem-me as mãos, mas ainda bem, humedeço a cara
com o gelo esmagado.
Olho em volta e só vejo acenos
percorro veredas e não te encontro
Mas procuro-te em todo o lado
e de repente da neve emerge a flor.
A primavera está a chegar, a medo,
assim como a medo, chego-me mais um pouco
ao pé de ti...
A lua ilumina os meus passos
e retenho-me no teu olhar
no teu sonho fico preso
e nada me consola a não ser
saber que sonhas e eu sonho
quem sabe um dia a rosa despontará
da roseira semeada no Outono!"
Rodrigues Giestas

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Um Encontro Oportuno

Era uma vez um crocodilo às cores, de quem todos troçavam. Frequentava uma escola na América, perto do rio Mississipi.
Num dia de Primavera, conheceu a lebre que tinha chegado de Portugal. Quis conhecê-la melhor e resolveu entabular uma conversinha.
- Olá! Como te chamas?
- Chamo-me Carol, um diminutivo de Carolina. E tu? - perguntou ela.
- Eu sou Croco, o belo crocodilo destas paragens.
O crocodilo estranhava o facto de esta lebre portuguesinha não se referir às cores da sua carapaça. Mas o que é certo é que não tardou.
- Olha, que engraçado! Tu tens aí umas pintinhas bem coloridas! Por que motivo tens estas pintinhas? É que eu nunca vi um crocodilo assim! É a primeira vez. No entanto, devo dizer-te que até fica mesmo giro.
- Bem, eu nasci assim e, por isso, todos troçam de mim só por causa deste tom colorido. Tenho de confessar que às vezes me sinto bem envergonhado, sem ter culpa disto.
- Pois bem, eu acho que és original! Então aqueles que troçam não sabem o que é a beleza, a originalidde! Com certeza têm alguma inveja do teu aspecto. É fixe. Com essas cores tornas-te diferente e com um aspecto atractivo. Podes crer que me agrada a coloração com que nasceste. Não tens de dar ouvidos a quem não cultiva o bom gosto.
- Fico sem palavras. Nunca julguei que alguém, um dia, me poderia elogiar, me pudesse apreciar. Só espero que não apareça por aí algum caçador de crocodilos, que se agrade da minha coloração e me queira para fazer alguns sapatos ou carteira para a mulher. Pode ser mesmo perigoso!
- Não sejas tonto! Tens é de ter cautela! Realmente os homens estão cada vez mais egoístas e materialistas e não respeitam as espécies que existem na Terra. Está tudo muito confuso neste mundo dos humanos. Mas isto é um tema que qulquer dia devemos ter.
- Boa ideia! Até podemos juntar-nos a outros animais para tomarmos algumas medidas.
- Concordo contigo. Organiza esse encontro, pois conheces melhor quem aqui vive.
Tornaram-se grandes amigos. O crocodilo Croco pensava:
"Cool! Já tenho uma amiga! Quem me dera que todos fossem como ela! Acho que até já estou a ficar apaixonado!b Isto foi mesmo amor à primeira vista...
E adormeceu. Sonhou, sonhou com tudo e todos, mas a Caro aparecia sempre a apaziguar os conflitos e com palavras meigas e bem sentidas.
Ângelo Rosa 5º 1

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Contos Orientais


Os Contos Orientais de Marguerite Yourcenar oferecem-nos dez pequenos contos deliciosos!!! A Salvação de Wang-Fô é talvez o conto mais conhecido e enigmático. Cada conto transpira de diversidade cultural e parece uma janela aberta para "um muito real mas perdido mundo".

"Da China à Grécia, dos Balcãs ao Japão, o conjunto de fábulas e de lendas que constituem os Contos Orientais remete o leitor para o espaço insituável onde o sonho e o mito fazem ouvir, em cada breve narrativa, a [Marguerite Yourcenar] sua estranha e obsessiva voz".

in badana Contos Orientais de Marguerite Yourcenar

Nota: 8/10

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

A Biblioteca

«... Um dos mal-entendidos que dominam a noção de biblioteca é o facto de se pensar que se vai à biblioteca pedir um livro cujo título se conhece. Na verdade acontece muitas vezes ir-se à biblioteca porque se quer um livro cujo título se conhece, mas a principal função da biblioteca, pelo menos a função da biblioteca da minha casa ou da de qualquer amigo que possamos ir visitar, é de descobrir livros de cuja existência não se suspeitava e que, todavia, se revelam extremamente importantes para nós.

... A função ideal de uma biblioteca é de ser um pouco como a loja de um alfarrabista, algo onde se podem fazer verdadeiros achados e esta função só pode ser permitida por meio do livre acesso aos corredores das estantes.

... Se a biblioteca é, como pretende Borges, um modelo do Universo, tentemos transformá-la num universo à medida do homem e, volto a recordar, à medida do homem quer também dizer alegre, com a possibilidade de se tomar um café, com a possibilidade de dois estudantes numa tarde se sentarem numa maple e, não digo de se entregarem a um amplexo indecente, mas de consumarem parte do seu flirt na biblioteca, enquanto retiram ou voltam a pôr nas estantes alguns livros de interesse científico, isto é, uma biblioteca onde apeteça ir e que se vá transformando gradualmente numa grande máquina de tempos livres...».
na badana do livro Biblioteca de Umberto Eco.


Moderna biblioteca de Alexandria

A nossa biblioteca é o nosso santuário... não é? Protegemos os nossos livros como se fossem relíquias, tesouros magníficos que não queremos perder! Cada livro é fonte de sonhos, de olhares, de inteligência e até de cobiça!!! Queremos ler tudo o que nos aparece à frente para construir o nosso mundo intelectual. O instinto de proteger e o prazer da descoberta em cada página... em cada linha... em cada letra. A partilha na blogosfera é um pouco isso, descobrir o que outros andam a ler, colaborar com opiniões, descobrir o prazer talvez, de poder ler algo que não estava previsto.

Neste pequeno livro de Umberto Eco, temos umas pequenas reflexões sobre as bibliotecas: como organizar a nossa biblioteca pessoal... o que vamos ler daqui a uns anos, o futuro das fotocópias dos livros (não para mim). Com ironia mordaz, Umberto Eco, em poucas páginas partilha connosco a paixão do LIVRO e dos espaços BIBLIOTECA.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Fui eu que mexi no teu queijo

Há uns tempos atrás li o livro Quem mexeu no meu queijo, que achei bastante interessante... Ensinamentos, como lidar com as mudanças através de uma fábula divertida e ao mesmo tempo, fantástica.
Quando andava nas minhas aventuras nas livrarias, à procura de mais um daqueles livros que nenhum de nós pode deixar de ler, encontrei, por mero acaso Fui eu que mexi no teu queijo...
Aproveitei logo o andamento, e trouxe-o para casa!
Um livro de auto-ajuda para mandriões... não era propriamente indicado para mim (sou demasiada viciada no trabalho), mas se tinha gostado tanto do outro... porque não experimentar a resposta!
Decididamente, não é livro para mim! Achei até algumas das partes divertidas mas longe de ser um livro a recomendar!!! Não aprendi grande coisa, a não ser que existem bons fingidores por esse mundo fora:)
Nota: 4/10

Trofeu Pedagogia do Afecto

O meu agradecimento ao "...viajar pela leitura..."- pelo prémio "Pedagogia do Afecto".

Agora, cabe-me a mim distinguir 10 blogues:
1 - Recebendo o troféu, ele deve ser oferecido a 10 blogues que tenham compromisso e afecto com a Educação e leituras;
2 - A imagem do selo deve passar a ser exibida permanentemente no blogue;
3 - O nomeado deve colocar um link para o blogue de onde a nomeação foi atribuída;
4 - Nos blogs seleccionados, deve ser deixado um comentário, permitindo assim que eles saibam que foram presenteados e quem os presenteou;
5 - O blogue que receber 5 vezes o troféu “Pedagogia do Afecto” deve ir à página http://pedagogiadoafeto.blogspot.com/ deixar um comentário com o e-mail, para receber uma nova homenagem.

De acordo com as regras estabelecidas, atribuo o prémio a:
Sombra dos Livros: http://sombradoslivros.blogspot.com/
Livros e devaneios: http://leituras-e-devaneios.blogspot.com/
Livros, livros e mais livros: http://pinkgum.blogspot.com/
Cerne e o verso: http://cerneeoverso.blogspot.com/
Palavras partilhadas: http://letraseprozac.blogspot.com/
A romancista: http://wolney-custodia.blogspot.com/
Jardim Fascinante: http://jardimfascinante.blogspot.com/
Fábulas de Encantar: http://fabulasdencantar.blogspot.com/
O que ele pensa: http://joaofelix.blogspot.com/
Terrear:http://terrear.blogspot.com/

Continuação de boas leituras :)